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desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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principal responsável pela obra <strong>de</strong> regeneração <strong>das</strong> massas populares e<br />

pela organização do trabalho livre. Com o crescimento urbano e industrial<br />

do Estado Novo procurou-se, através da educação, o equacio<strong>na</strong>mento da<br />

questão urba<strong>na</strong> e a estruturação <strong>de</strong> “esquemas <strong>de</strong> controle” que<br />

viabilizassem o discipli<strong>na</strong>mento <strong>das</strong> populações resistentes, quer <strong>na</strong><br />

vadiagem, <strong>na</strong> a<strong>na</strong>rquia, ou em outros pensamentos políticos e i<strong>de</strong>ológicos,<br />

contrários à nova or<strong>de</strong>m que se implantava (GURSKY JR, 2000, p. 91).<br />

Ainda em relação aos anos <strong>de</strong> 1930, Machado cita que a Constituição <strong>de</strong><br />

1937, em seu artigo 129, privilegiava a questão da “qualificação profissio<strong>na</strong>l dos<br />

„trabalhadores do Brasil‟” (p. 65), ou seja, às classes menos favoreci<strong>das</strong>, para<br />

atuarem no projeto industrialista <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento. A Lei obrigava que as<br />

indústrias criassem escolas <strong>de</strong> aprendizagem, o que causava transtorno, já que<br />

havia um limite para contratação <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra estrangeira para atuar como<br />

docentes (MACHADO, 2010), o que <strong>de</strong>monstra que a questão da importância da<br />

formação docente para o ensino industrial permeou as discussões.<br />

Em relação à educação profissio<strong>na</strong>l, Getúlio Vargas, em 1939, <strong>de</strong>clarou que<br />

o Estado Novo tinha particular interesse em promover e auxiliar a educação<br />

profissio<strong>na</strong>l, por enten<strong>de</strong>r que os profissio<strong>na</strong>is formados contribuiriam para o<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>das</strong> nossas indústrias.<br />

No mesmo momento Gustavo Capanema se pronunciou, proferindo as<br />

seguintes palavras em <strong>de</strong>fesa do <strong>de</strong>ver do Estado:<br />

Nenh<strong>uma</strong> espécie <strong>de</strong> ensino está exigindo, no Brasil, tanto a ação dos<br />

po<strong>de</strong>res públicos como o ensino profissio<strong>na</strong>l. É por isso que a Constituição<br />

<strong>de</strong>clara que, em matéria <strong>de</strong> educação, difundir o ensino profissio<strong>na</strong>l é o<br />

primeiro <strong>de</strong>ver do Estado (apud GURSKY JR, 2000, p. 92-93).<br />

Em seus escritos Fonseca (1986, v. 2) consi<strong>de</strong>ra Gustavo Capanema<br />

pessoa importante para a educação brasileira e em especial para a educação<br />

profissio<strong>na</strong>l, pois, em sua gestão, ao adotar novas políticas educacio<strong>na</strong>is, elevou o<br />

ensino industrial <strong>de</strong> elementar para o segundo grau. Ele cita também que<br />

A filosofia que lhe era peculiar e que o acompanhava havia séculos,<br />

<strong>de</strong>sti<strong>na</strong>ndo-o aos pobres, <strong>de</strong>serdados da sorte, evoluiu, transformando-o<br />

num imenso campo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s aberto a to<strong>das</strong> as cama<strong>das</strong> sociais. Os<br />

obstáculos que impediam o acesso aos cursos superiores foram afastados,<br />

e o ensino industrial, assim, <strong>de</strong>mocratizado (FONSECA, 1986, p. 280, v. 2).

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