desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
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(1791) não foram suficientes e acabaram sendo silenciados para <strong>de</strong>spertarem um<br />
século <strong>de</strong>pois com mais força e maior a<strong>de</strong>são.<br />
Vale lembrar que é do século XVIII o marco <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>nte para o movimento<br />
feminista: a publicação <strong>de</strong> “Vindicação dos Direitos da Mulher”, <strong>de</strong> Mary<br />
Wollstoncraft, no qual a autora <strong>de</strong>spreza “a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que as <strong>mulheres</strong> foram feitas<br />
para agradar aos homens”, além <strong>de</strong> reivindicar “igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>na</strong><br />
educação, no trabalho e <strong>na</strong> política” (SILVA, 2000, p. 66).<br />
O século XIX tem como foco o movimento que levará <strong>mulheres</strong> <strong>de</strong> várias<br />
regiões da Europa a reivindicarem educação e, principalmente, o direito ao voto –<br />
são os primeiros esforços sufragistas. Àquela época o movimento, que constituiu o<br />
que se convencionou chamar <strong>de</strong> primeira “onda” do feminismo, tinha preocupações<br />
sociais e políticas. Já no século XX, estas preocupações soma<strong>das</strong> ao fato <strong>de</strong> que a<br />
Primeira Guerra Mundial levou milhares <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> a ingressaram em serviços da<br />
saú<strong>de</strong>, como enfermeiras, e <strong>na</strong>s indústrias, como substitutas para os homens que<br />
haviam ido para a guerra, temos como que <strong>uma</strong> continuida<strong>de</strong> da primeira onda.<br />
Portanto, a partir da primeira onda e <strong>de</strong> seus i<strong>de</strong>ais, e <strong>das</strong> conquistas<br />
obti<strong>das</strong> no início do século, po<strong>de</strong>mos afirmar que muita coisa mudou. Mesmo tendo<br />
havido um período <strong>de</strong> estag<strong>na</strong>ção, que po<strong>de</strong> ser entendido justamente porque<br />
alg<strong>uma</strong>s reivindicações já tinham sido alcança<strong>das</strong>, um novo período tem início,<br />
período este em que as construções teóricas ao redor do tema – <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s<br />
entre homens e <strong>mulheres</strong> – começam a fazer parte <strong>das</strong> preocupações <strong>das</strong><br />
militantes.<br />
As reflexões teóricas começam a se difundir, <strong>de</strong>spertando um interesse<br />
premente <strong>de</strong> fazê-las a<strong>de</strong>ntrar a aca<strong>de</strong>mia, elevando-as a um status <strong>de</strong> científico.<br />
Louro (2007) nos chama a atenção dizendo que esta luta basicamente ficou<br />
restrita às <strong>mulheres</strong> brancas <strong>de</strong> classe média, o que também colaborou para que<br />
menos <strong>mulheres</strong> se i<strong>de</strong>ntificassem com a “causa”, dificultando os ganhos em favor<br />
<strong>das</strong> militantes 8 .<br />
direitos masculinos também fossem garantidos às <strong>mulheres</strong>. Por sua versão dos “Direitos do Homem<br />
e do Cidadão”, a francesa foi <strong>de</strong>capitada dois anos <strong>de</strong>pois, durante a Revolução Francesa.<br />
8 Por este motivo opta-se por tratar <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong>, no plural, justamente por causa <strong>das</strong> diferenças entre<br />
as <strong>mulheres</strong>. Enten<strong>de</strong>mos que não se trata <strong>de</strong> <strong>uma</strong> só classe, <strong>uma</strong> só etnia, <strong>uma</strong> só geração, para a<br />
qual se reivindica as mesmas causas. A este respeito, Louro <strong>de</strong>staca que os movimentos feministas