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desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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com o consentimento dos homens que isso se <strong>de</strong>u, pois muitos perdiam seus postos<br />

<strong>de</strong> trabalho com a entrada maciça <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong>.<br />

Alguns fatores são apresentados por Almeida (1998) para explicar a “saída”<br />

dos homens:<br />

A perda <strong>de</strong> prestígio;<br />

Abertura <strong>de</strong> novos postos <strong>de</strong> trabalho melhor remunerados;<br />

A (im)possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conciliação entre magistério e outras ativida<strong>de</strong>s, como<br />

medici<strong>na</strong>, por exemplo;<br />

A atribuição <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>s liga<strong>das</strong> à maternida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixando a carreira<br />

“femini<strong>na</strong>”;<br />

Baixa remuneração (não significa que enquanto ocupada por eles, eles<br />

tenham sido bem remunerados; pelo contrário, a autora afirma que os salários<br />

sempre foram baixos).<br />

Graças ao interesse <strong>das</strong> autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ensino e da militância ainda que<br />

tímida <strong>de</strong> alg<strong>uma</strong>s feministas, a profissio<strong>na</strong>lização se <strong>de</strong>u e elas a cada dia se<br />

firmaram mais <strong>na</strong> docência.<br />

Almeida acrescenta que “a feminização do magistério foi um potencial <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r e <strong>de</strong> libertação e não <strong>de</strong> submissão e <strong>de</strong>svalorização como se tem pretendido<br />

fazer acreditar” (ALMEIDA, 1998, p. 78).<br />

Po<strong>de</strong>-se dizer que atuar no magistério primário possibilitava às <strong>mulheres</strong> a<br />

inserção no espaço público e o não abandono do espaço privado. Para Almeida<br />

(1998) as <strong>mulheres</strong> se incluíam n<strong>uma</strong> i<strong>de</strong>ologia da profissão que associava vocação<br />

e missão ao ser mulher/mãe, por se sentirem beneficia<strong>das</strong> nesta lógica <strong>de</strong><br />

manutenção <strong>de</strong> duas esferas <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r – da casa e da escola, e <strong>de</strong> libertação, por<br />

ser esta a única opção possível <strong>de</strong>ntro do contexto social que tinha no matrimônio a<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ção <strong>de</strong> seu futuro.<br />

O magistério seria o espaço profissio<strong>na</strong>l a<strong>de</strong>quado “ao que <strong>de</strong>las se<br />

esperava em termos sociais e àquilo <strong>de</strong> que realmente precisavam para ir ao<br />

encontro <strong>de</strong> um futuro com mais in<strong>de</strong>pendência e menos opressão” (ALMEIDA,<br />

1998, p. 74). Além disso,

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