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desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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Além disso, cabe acrescentar que a pesquisa <strong>de</strong>senvolvida em 2009,<br />

intitulada Relações <strong>de</strong> gênero e po<strong>de</strong>r no cotidiano escolar <strong>na</strong> visão <strong>de</strong> docentes,<br />

funcionários e funcionárias da re<strong>de</strong> pública estadual <strong>de</strong> ensino no município <strong>de</strong><br />

Curitiba/PR: <strong>uma</strong> proposta para a conscientização (MUZI, 2010) aponta que homens<br />

e <strong>mulheres</strong> têm impreg<strong>na</strong>da a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> que a escola é um espaço totalmente<br />

ocupado por <strong>mulheres</strong>, e atuam em funções como servente, professora, pedagoga.<br />

Já em relação a espaços consi<strong>de</strong>rados masculinos, elas e eles citaram as funções<br />

<strong>de</strong> direção e vice-direção como mais ocupa<strong>das</strong> por eles. Esses dados surgem em<br />

oposição à realida<strong>de</strong> da época: em 2009, <strong>na</strong> cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Curitiba a maioria dos cargos<br />

<strong>de</strong> direção eram ocupados por <strong>mulheres</strong>, além dos dois cargos máximos <strong>na</strong><br />

educação no estado do Paraná – <strong>de</strong> Secretária Estadual e Municipal <strong>de</strong> Educação.<br />

Já no âmbito <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l, o Ministério da Educação (MEC) era composto por diversos<br />

cargos – chefe <strong>de</strong> gabinete, assessores, secretários. De um total <strong>de</strong> 31 (trinta e um)<br />

cargos no total, somente 11 (onze) eram ocupados por <strong>mulheres</strong>, 35%. E <strong>de</strong>stas 11<br />

<strong>mulheres</strong>, somente <strong>uma</strong> ocupava um cargo máximo (presi<strong>de</strong>nte do CNE – Conselho<br />

Nacio<strong>na</strong>l <strong>de</strong> Educação). Além disso, à frente do Ministério, cargo maior, a mulher só<br />

vai aparecer nos últimos 30 anos: Esther <strong>de</strong> Figueiredo Ferraz ficou no cargo <strong>de</strong><br />

24/08/1982 a 15/03/1985; anterior e posterior a esta data não tivemos nenh<strong>uma</strong><br />

outra mulher como Ministra da Educação (MUZI, 2010).<br />

Para dar conta <strong>de</strong> perceber como as <strong>mulheres</strong> foram capazes <strong>de</strong> modificar a<br />

educação, Almeida (1998) apresenta dados <strong>de</strong> São Paulo, a respeito <strong>das</strong><br />

primeiras <strong>mulheres</strong>, as pioneiras da profissão que <strong>de</strong>safiaram estruturas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> social, que resistiram e acataram normatizações que as<br />

confi<strong>na</strong>vam e oprimiam, mas que também <strong>de</strong>ram os primeiros passos <strong>na</strong><br />

tentativa <strong>de</strong> conseguir algo mais do que aquilo que lhes concedia o po<strong>de</strong>r<br />

masculino (ALMEIDA, 1998, p. 22).<br />

Ainda que a profissão se caracterizasse como <strong>uma</strong> confirmação do que se<br />

entendia <strong>na</strong> socieda<strong>de</strong> como i<strong>de</strong>al para as <strong>mulheres</strong>, concretizado <strong>na</strong> função<br />

docente,<br />

esse foi o primeiro passo dado pelas <strong>mulheres</strong> no período [ela citava 1876<br />

quando se abriu a sessão femini<strong>na</strong> da Escola Normal no Seminário da<br />

Glória] a fim <strong>de</strong> adquirir alg<strong>uma</strong> instrução e conseguir o ingresso n<strong>uma</strong><br />

profissão. Isso não foi ape<strong>na</strong>s resultado <strong>de</strong> <strong>uma</strong> concessão masculi<strong>na</strong>, nem<br />

se veiculou sem estar impreg<strong>na</strong>do <strong>de</strong> preconceitos ligados ao sexo, mas

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