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desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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86<br />

3.2.1 A educação <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> e para <strong>mulheres</strong><br />

Teóricos e teóricas nos contam como se <strong>de</strong>u o processo <strong>de</strong> acesso e<br />

aceitação <strong>de</strong> <strong>uma</strong> escolarização para as <strong>mulheres</strong>. Muito do que se discutia a este<br />

respeito passava pelos padrões que guiavam as socieda<strong>de</strong>s oci<strong>de</strong>ntais.<br />

Importante <strong>de</strong>stacar a questão do sujeito do magistério, já que <strong>na</strong> sequência<br />

a feminização da função docente nos servirá <strong>de</strong> base para enten<strong>de</strong>r alguns<br />

processos.<br />

Louro (1997) bem lembra que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre, em território brasileiro, temos<br />

os homens no centro da docência; os jesuítas no século XVI se ocuparam <strong>de</strong>ssa<br />

ativida<strong>de</strong> com fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> específica. Cente<strong>na</strong>s <strong>de</strong> anos após esta primeira atuação<br />

masculi<strong>na</strong>, homens mantiveram-se à frente do magistério, no entanto, com a<br />

perspectiva que se apresentou pós In<strong>de</strong>pendência e Proclamação do país, as<br />

<strong>mulheres</strong> foram necessárias para ensi<strong>na</strong>r as meni<strong>na</strong>s 71 . No projeto <strong>de</strong><br />

industrialização pensado para o Brasil, educadores e educadoras teriam um papel<br />

fundamental, cada qual trabalhando com seu respectivo gênero. Mas antes <strong>de</strong><br />

pensarmos <strong>na</strong> educação feita por <strong>mulheres</strong>, temos <strong>de</strong> brevemente tratar da<br />

educação <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong>.<br />

Em fi<strong>na</strong>is do século XIX eram exalta<strong>das</strong> as características exclusivamente<br />

femini<strong>na</strong>s para reforçar a <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> entre homens e <strong>mulheres</strong> – o <strong>de</strong>terminismo<br />

biológico ditava o que era pertinente a um ou outro sexo. Ainda assim viu-se que “o<br />

positivismo advogou a mesma instrução para homens e <strong>mulheres</strong>, embora seus<br />

a<strong>de</strong>ptos se manifestassem contrários à co-educação 72 ” (ALMEIDA, 1998, p. 19). No<br />

entanto, <strong>na</strong> mesma lógica que moldava a maioria <strong>das</strong> socieda<strong>de</strong>s oci<strong>de</strong>ntais, as<br />

<strong>mulheres</strong> tinham um tratamento diferenciado do dos homens, logo, a educação<br />

femini<strong>na</strong> tinha objetivos diferentes da educação masculi<strong>na</strong>. No geral tudo que se<br />

ensi<strong>na</strong>sse para elas <strong>de</strong>veria ser para aten<strong>de</strong>r a um objetivo maior: preparar a mulher<br />

para ser esposa e mãe.<br />

71 Louro (1997) vai dizer que “idéias positivistas e cientificistas” viam <strong>na</strong> mulher <strong>uma</strong> importante aliada<br />

para afastar a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> concepções não científicas.<br />

72 A autora chamará coeducação a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educar meninos e meni<strong>na</strong>s <strong>na</strong> mesma turma.

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