desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
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e aproveitaram ecos do exterior para reivindicar tudo aquilo que elas entendiam<br />
como direitos:<br />
O movimento feminista no Brasil, <strong>na</strong> virada do século [XX, primeira onda<br />
feminista], foi li<strong>de</strong>rado por <strong>uma</strong> elite femini<strong>na</strong> letrada, culta e <strong>de</strong> maior po<strong>de</strong>r<br />
econômico, que, a exemplo <strong>das</strong> suas iguais europeias e norte-america<strong>na</strong>s,<br />
não queria ficar ausente do processo histórico (ALMEIDA, 1998, p. 28)<br />
As manifestações aconteceram para que elas pu<strong>de</strong>ssem participar<br />
integralmente dos processos históricos.<br />
Com o movimento feminista e <strong>na</strong> esteira <strong>das</strong> reivindicações pelo voto, o que<br />
lhes possibilitaria maior atuação política e social, a domesticida<strong>de</strong> foi<br />
invadida e as <strong>mulheres</strong> passaram a atuar no espaço público e a exigir<br />
igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> direitos, <strong>de</strong> educação e profissio<strong>na</strong>lização (ALMEIDA, 1998, p.<br />
27).<br />
Vale lembrar que as <strong>mulheres</strong> são aceitas no processo por que passava o<br />
Brasil no início do século XX como agentes discipli<strong>na</strong>dores, contribuindo para educar<br />
os meninos pobres e transformá-los em corpos úteis; a mulher neste momento<br />
histórico foi consi<strong>de</strong>rada “regeneradora da socieda<strong>de</strong> e salvadora da pátria”, assim<br />
como pretendiam os lí<strong>de</strong>res e <strong>de</strong>fensores do i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> higienização da pátria, <strong>de</strong><br />
tor<strong>na</strong>r meninos pobres – os <strong>de</strong>svalidos – seres úteis ao novo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> <strong>na</strong>ção<br />
(ALMEIDA, 1998).<br />
Não obstante esta abertura a <strong>uma</strong> profissio<strong>na</strong>lização, não se via o mesmo<br />
em outras áreas que não o magistério ou enfermagem. Nesse sentido é só<br />
atentarmos ao período em que iniciam os cursos consi<strong>de</strong>rados femininos <strong>na</strong>s<br />
próprias Escolas <strong>de</strong> Aprendizes, já transformados em Liceus Industriais, <strong>na</strong> década<br />
<strong>de</strong> 1930. A profissio<strong>na</strong>lização <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> acontece a passos lentos e, ainda que a<br />
primeira mulher tenha ingressado <strong>na</strong> universida<strong>de</strong> em 1887 73 , o real ingresso <strong>das</strong><br />
<strong>mulheres</strong> tardou em acontecer, limitando ainda mais suas áreas <strong>de</strong> atuação<br />
profissio<strong>na</strong>l.<br />
Para concluir, Almeida amplia a discussão para a questão do trabalho<br />
feminino:<br />
73 Dom Pedro II, então Imperador do Brasil, permitiu em 1879 a entrada <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> em cursos<br />
superiores. A primeira mulher a ingressar <strong>na</strong> universida<strong>de</strong> no Brasil foi no estado da Bahia no ano <strong>de</strong><br />
1887, formando-se pela faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> medici<strong>na</strong> (BLAY e CONCEIÇÃO, 1991).