desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
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Ainda que se tenha, portanto, formas <strong>de</strong> situar-se diante da Ciência e da<br />
Tecnologia como campos <strong>de</strong> atuação predomi<strong>na</strong>ntemente masculinos, po<strong>de</strong>mos<br />
perceber que há possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> inserção <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong>, visando a <strong>uma</strong><br />
<strong>de</strong>mocratização <strong>de</strong> acesso, a <strong>uma</strong> maior participação <strong>na</strong> produção e garantia <strong>de</strong><br />
permanência nos campos <strong>das</strong> Ciências e da Tecnologia.<br />
Löwy (2000) acredita que os estudos <strong>de</strong> gênero ao proporem a substituição<br />
<strong>de</strong> um universal que se mostra abstrato por um universal concreto, no qual são<br />
valoriza<strong>das</strong> as singularida<strong>de</strong>s, possibilitam também a outros grupos margi<strong>na</strong>lizados<br />
ter voz e chance <strong>de</strong> expressar seus pontos <strong>de</strong> vista, instituindo a multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
olhares que, ao contrário do que muitos pensariam, ao invés <strong>de</strong> <strong>de</strong>sprestígio, traria<br />
mais “valor” e qualida<strong>de</strong> aos conhecimentos produzidos.<br />
A autora propõe que seja abando<strong>na</strong>da a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> universalida<strong>de</strong> e que<br />
passemos a concebê-la como algo mais amplo, em que vários pontos <strong>de</strong> vista sejam<br />
consi<strong>de</strong>rados. Ela propõe também e principalmente a opção por práticas e<br />
conhecimentos situados, que reflitam a posição <strong>de</strong> pessoas e necessida<strong>de</strong>s reais,<br />
como <strong>uma</strong> alter<strong>na</strong>tiva ao perigo do totalitarismo e do relativismo. A “Ciência situada”,<br />
para a autora, po<strong>de</strong>ria abrir caminho para que a Ciência passasse a usar outra<br />
<strong>de</strong>finição para objetivida<strong>de</strong> e universalida<strong>de</strong>, incluindo perspectivas outrora<br />
<strong>de</strong>spreza<strong>das</strong>, como a paixão, crítica, contestação, solidarieda<strong>de</strong>, responsabilida<strong>de</strong> –<br />
características do subjetivo que muito po<strong>de</strong>riam acrescentar à Ciência (LÖWY,<br />
2000).<br />
2.2.2 Nesse universo há espaço para elas? Estudos recentes sobre on<strong>de</strong> estão as<br />
<strong>mulheres</strong><br />
O que tratamos até agora é o que Estébanez (2003) chama <strong>de</strong><br />
“a questão da mulher <strong>na</strong> Ciência”, e que refere à sua participação, e sobreapresentação,<br />
<strong>na</strong>s ativida<strong>de</strong>s científicas e tecnológicas, em particular <strong>na</strong><br />
pesquisa, e aos problemas do acesso à carreira profissio<strong>na</strong>l respectiva<br />
(ESTÉBANEZ, 2003, s.p. Grifos da autora.).