desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

102
Ainda no período imperial, Mariano de Carvalho (2008) cita a formação dos
Liceus de Artes e Ofícios a partir de 1858, criados para atender também à camada
média da sociedade e à elite.
Ao final do período imperial, com a aceleração da urbanização no sudeste,
gerava-se um centro civilizado, para o qual uma imensa massa migratória começou
a vir. Por essa ocasião, Mariano de Carvalho diz que
já havia um discurso sobre a necessidade de um ensino técnico/profissional,
porém aliado à preocupação da elite (urbana) com a marginalidade e com a
necessidade de mão-de-obra. Dessa preocupação, nasceu a Escola dos
Desvalidos, em 1874, que deu origem à escola profissional masculina,
associando, assim, ensino profissional à preservação da ordem social
(afastamento dos desvalidos da marginalidade) e à assistência. Nesse
processo, formavam-se ainda poucas escolas agrícolas, em sua maioria
internatos, pois abrigavam também alunos “carentes”... (MARIANO DE
CARVALHO, 2008, p. 67)
Destaque então para o fato de a República ter mantido o ensino de ofícios
com a destinação aos pobres e desvalidos.
Já no século XX o fato mais importante em relação à educação profissional
citado pelos historiadores é necessariamente a criação das Escolas de Aprendizes
Artífices. Delmondes (2006), ao refletir a respeito da oferta de ensino de ofícios aos
mais pobres ou menos favorecidos, destaca que a estes somente eram abertas a
escola primária e a profissionalizante, enquanto que à aristocracia era ofertado
ensino que os preparasse para atuar nos altos postos sociais.
Ao tratar da situação específica do ensino profissional no estado do Paraná,
Fonseca (1986, v. 5), nos conta que não há muito o que retroceder na história, já
que até 1852 o estado pertencia a São Paulo. Ele recupera somente o período em
que o Estado se torna independente. Até o momento, não teria havido nenhuma
iniciativa no tocante à modalidade no Paraná.
O autor acrescenta que pouco se tem registrado a respeito da condição do
ensino profissional no estado do período monárquico (até 1889). Pelo que se sabe,
por aqui, como em vários outros pontos, os ofícios eram ensinados nos próprios
locais de trabalho, sem nenhum método ou orientação pedagógica, apenas imitando
as operações que o mestre ou o oficial executavam.
Acredita-se que, embora autoridades governamentais tenham sugerido a
criação de liceus de ofícios e o estado inclusive ter à época um número razoável de