desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
39<br />
conhecimento produzido é objetivo e neutro, características máximas e<br />
sobrepujantes (SEDEÑO, 2000), e que ele se consolida como válido porque o<br />
método utilizado está isento <strong>de</strong> qualquer intervenção subjetiva, distinguindo-se<br />
exatamente pela “busca <strong>de</strong>sinteressada da verda<strong>de</strong> mediante a formulação <strong>de</strong><br />
hipóteses que são contrasta<strong>das</strong> <strong>de</strong>pois mediante técnicas muito elabora<strong>das</strong>”<br />
(SEDEÑO, 2000, s.p. Grifos da autora.) 20 , o que garantiria o valor <strong>de</strong> seu produto<br />
fi<strong>na</strong>l, livre <strong>de</strong> erros.<br />
Se<strong>de</strong>ño, relativizando estas questões, afirma que,<br />
a não ser que se adote o “ponto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> Deus”, é difícil aceitar que o que<br />
suce<strong>de</strong>u no passado, não voltará a se repetir no futuro e que o que hoje é<br />
“ciência boa”, conhecimento autorizado ou certificado não vá nunca <strong>de</strong>ixar<br />
<strong>de</strong> sê-lo (SEDEÑO, 2000, s.p. Grifos da autora.) 21 .<br />
As críticas feministas portanto servem <strong>de</strong> base para que questionemos a<br />
existência <strong>de</strong> C&T neutras e livres <strong>de</strong> valores, assim como se pretendia que<br />
entendêssemos o conhecimento, este por sua vez entendido como fonte <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r<br />
(SEDEÑO, 2000).<br />
Importante dizer ainda que<br />
...as pensadoras feministas vêm <strong>de</strong> há muito colocando em questio<strong>na</strong>mento<br />
os parâmetros científicos <strong>de</strong>finidores <strong>de</strong> quem po<strong>de</strong> ou não ser sujeito do<br />
conhecimento, do que po<strong>de</strong> consistir como conhecimento, ou mesmo o que<br />
po<strong>de</strong> ser conhecido (SARDENBERG, 2007, s.p.).<br />
Este questio<strong>na</strong>mento só foi possível após longos anos <strong>de</strong> luta e empenho<br />
dos grupos <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> e <strong>das</strong> feministas, que transformaram essa luta em causa<br />
política, que terá no conceito <strong>de</strong> gênero o cerne <strong>das</strong> discussões.<br />
Keller (2006), a respeito do papel do feminismo em seu contexto<br />
estaduni<strong>de</strong>nse acredita que<br />
20 Tradução livre <strong>de</strong>: “búsqueda <strong>de</strong>sinteresada <strong>de</strong> la verdad mediante la formulación <strong>de</strong> hipótesis que<br />
son contrasta<strong>das</strong> <strong>de</strong>spués mediante técnicas muy elabora<strong>das</strong>” (SEDEÑO, 2000, s.p. Grifos da<br />
autora.)<br />
21 Tradução livre <strong>de</strong>: “a no ser que se adopte el „punto <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> Dios‟, es difícil aceptar que lo que<br />
sucedió en el pasado, no se volverá a repetir en el futuro y que lo que hoy es „ciencia bue<strong>na</strong>‟,<br />
conocimiento autorizado o certificado no vaya nunca a <strong>de</strong>jar <strong>de</strong> serlo” (SEDEÑO, 2000, s.p. Grifos da<br />
autora.)