desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
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<strong>na</strong> IV Conferência Mundial sobre a Mulher em Beijing no ano <strong>de</strong> 1995. As déca<strong>das</strong><br />
que se seguiram, graças a lutas mais empenha<strong>das</strong>, principalmente dos movimentos<br />
feministas, e graças à inserção <strong>de</strong> mais <strong>mulheres</strong> <strong>na</strong>s universida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong> um<br />
interesse por promover <strong>de</strong>bates e fomentar investigações a este respeito, foram <strong>de</strong><br />
extrema importância para as causas <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong>, especialmente no combate à<br />
extinção <strong>de</strong> todo e qualquer estereótipo sexual <strong>na</strong> educação que contribuiu durante<br />
muito tempo por reproduzir as <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>s, como forma <strong>de</strong> manter os papéis<br />
estabelecidos/perpetuados.<br />
Uma <strong>das</strong> questões que norteou os estudos e discussões nos inúmeros<br />
encontros e reuniões que ocorreram nos últimos 30 anos foi por que tão poucas<br />
<strong>mulheres</strong> se interessam por seguir carreira em C&T. Os organismos se <strong>de</strong>ram conta<br />
<strong>de</strong> que alcançar a equida<strong>de</strong> <strong>de</strong> gênero seria um fator <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>nte para o<br />
<strong>de</strong>senvolvimento socioeconômico do país (CEPAL, 1991 apud TABAK, 2002).<br />
Os avanços que tivemos quanto ao acesso a todos os níveis <strong>de</strong> educação<br />
não são percebidos quando se trata da escolha <strong>de</strong> cursos <strong>de</strong> C&T por parte <strong>das</strong><br />
jovens – as <strong>mulheres</strong> ainda predomi<strong>na</strong>m <strong>na</strong>s carreiras ditas “femini<strong>na</strong>s”, como por<br />
exemplo <strong>na</strong>s áreas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e educação, <strong>na</strong>s quais todavia não se po<strong>de</strong> dizer que<br />
as <strong>mulheres</strong> têm po<strong>de</strong>r, já que elas <strong>na</strong> maioria <strong>das</strong> vezes, graças ao fenômeno “teto<br />
<strong>de</strong> vidro”, permanecem <strong>na</strong> execução <strong>das</strong> ativida<strong>de</strong>s e ape<strong>na</strong>s um pequeno número<br />
nos postos <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão.<br />
Já <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 1990, período posterior a um momento em que se<br />
acreditava que o gênero influenciava no conteúdo da Ciência (década <strong>de</strong> 80), outra<br />
questão permeou os estudos sobre o fazer científico pelas <strong>mulheres</strong>: as <strong>mulheres</strong><br />
fazem Ciência <strong>de</strong> modo diferente?<br />
Na verda<strong>de</strong> o que havia era um receio da parte dos que compunham o<br />
campo científico <strong>de</strong> que o gênero do pesquisador influenciasse negativamente no<br />
fazer científico e <strong>de</strong>pusesse contra as características tão preza<strong>das</strong> pelos cientistas<br />
homens da Ciência. Em relação a isso, po<strong>de</strong>-se dizer que houve um movimento no<br />
sentido <strong>de</strong> fazer a comunida<strong>de</strong> científica enten<strong>de</strong>r que existem métodos alter<strong>na</strong>tivos<br />
<strong>de</strong> conduzir pesquisa. O principal é que se incorpore “<strong>uma</strong> consciência crítica <strong>de</strong><br />
gênero <strong>na</strong> formação básica <strong>de</strong> jovens cientistas e no mundo rotineiro da Ciência”<br />
(SCHIEBINGER, 2001, p. 31) para evitar o que vinha ocorrendo até então – o<br />
domínio masculino do campo, sem sequer consi<strong>de</strong>ração à perspectiva do gênero