desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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Por portaria de 1926 algumas mudanças foram implantadas na Escola,
dentre elas a inclusão de algumas disciplinas, como Fisiologia, Psicologia, Noções
de Direito, Canto, Música e Educação Física, e a junção dos cursos de Costura e
Chapéus em um só, chamado curso de Modas (FONSECA, 1986, v. 3).
Fonseca ainda acrescenta:
A Venceslau Brás teve sempre preponderância do elemento feminino entre
seus alunos matriculados, o que, de certa forma, prejudicou o principal fim
colimado, que era a formação de mestres para o ensino profissional.
Realmente era muito mais necessário às várias escolas onde se aprendiam
ofícios o preparo de pessoal capaz de ensinar trabalhos em madeira, em
metal, ou eletricidade, do que a formação de professores de Datilografia,
Estenografia, Modas ou Economia Doméstica. E as moças que se
matriculavam procuravam sempre uma dessas últimas especialidades
(FONSECA, 1986, p. 135-136, v. 3).
Conforme alertamos, em mais um trecho o autor trata de justificar os maus
momentos da Escola por conta da preponderância “do elemento feminino” no corpo
discente. Ao contrário do trecho anterior, neste ele atenta para uma situação que
pode ser problematizada: “...as moças que se matriculavam procuravam sempre
uma dessas últimas especialidades”, que eram, segundo ele, Datilografia,
Estenografia, Modas ou Economia Doméstica. Estas informações apontam para uma
tendência seguida pelas moças que buscavam a Wenceslau Brás – as áreas de
interesse eram aquelas que as levariam a atividades “convencionais”, ou seja,
ligadas historicamente ao feminino. Trata-se explicitamente de uma divisão sexual
das atividades e de campos do saber.
Fonseca (1986) apresenta um quadro em que expressa o movimento de
matrículas e diplomados desagregado por sexo no período de funcionamento da
Escola Wenceslau Brás (tabela 3):