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desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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40<br />

o feminismo contemporâneo mudou a posição <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> <strong>na</strong> ciência.<br />

Ainda que não possamos afirmar igualda<strong>de</strong> ple<strong>na</strong>, pelo menos nos EUA,<br />

testemunhamos <strong>uma</strong> impressio<strong>na</strong>nte transformação ao longo <strong>das</strong> últimas<br />

três déca<strong>das</strong>. Enquanto que, em 1970, ape<strong>na</strong>s 8% dos doutorados<br />

outorgados <strong>na</strong>s ciências <strong>na</strong>turais iam para <strong>mulheres</strong>, hoje essa cifra atinge<br />

35%. Ainda mais impressio<strong>na</strong>nte é o sucesso subseqüente <strong>de</strong>ssas<br />

<strong>mulheres</strong>, especialmente daquelas que obtiveram seus títulos nos últimos<br />

<strong>de</strong>z anos. Por exemplo: em 1970 era difícil encontrar <strong>mulheres</strong> como<br />

professoras titulares em qualquer <strong>das</strong> discipli<strong>na</strong>s científicas (a maioria dos<br />

<strong>de</strong>partamentos não tinha nenh<strong>uma</strong>). Hoje, em contraste, entre os<br />

professores titulares <strong>na</strong>s ciências <strong>na</strong>turais que obtiveram seus títulos nos<br />

últimos <strong>de</strong>z anos, as <strong>mulheres</strong> são impressio<strong>na</strong>ntes 46% (KELLER, 2006, p.<br />

16-17).<br />

Interessa-nos, fi<strong>na</strong>lmente, refletir se todos os interessados e interessa<strong>das</strong><br />

estão fazendo parte da (re)construção dos campos <strong>de</strong> saberes científicos e<br />

tecnológicos, passando então basicamente pela abordagem que inclui as <strong>mulheres</strong> e<br />

questio<strong>na</strong> práticas perpetua<strong>das</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong> nestes campos.<br />

Enten<strong>de</strong>r o lugar <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> nos campos da Ciência e da Tecnologia tal<br />

como os concebemos hoje é <strong>de</strong> extrema importância, porque <strong>uma</strong> visão mais ampla<br />

nos levará a compreen<strong>de</strong>r quais as possibilida<strong>de</strong>s reais que temos <strong>de</strong> recuperar<br />

essa história pouco comentada para enriquecer o momento atual e contribuir <strong>na</strong> luta<br />

pela maior inserção <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> como agentes no cenário científico e tecnológico.<br />

2.2.1 Os campos científico e tecnológico e a presença <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong><br />

Historicamente a Ciência é vista como <strong>uma</strong> ativida<strong>de</strong> realizada<br />

predomi<strong>na</strong>ntemente por homens, e, tendo sido contada por eles, pouco se divulga<br />

sobre a atuação <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong>.<br />

O movimento feminista possibilitou que a cada dia mais <strong>mulheres</strong> se<br />

aproximassem dos campos <strong>de</strong> pesquisas, gerando <strong>uma</strong> modificação “da percepção<br />

científica do <strong>na</strong>tural, masculino ou feminino” (LÖWY, 2000, p. 24).<br />

Cruz (2007) e Schiebinger (2001) relatam que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a Antiguida<strong>de</strong> houve<br />

contribuição <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> à Ciência, embora sua participação não tenha sido<br />

escolhida como verda<strong>de</strong> a ser propagada. Existem registros <strong>de</strong> que Christine <strong>de</strong><br />

Pizan seria a primeira mulher a viver <strong>de</strong> seu trabalho e já em 1405 se questio<strong>na</strong>va a

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