desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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estas opções se mantenham em atividades consideradas como mais adequadas às
mulheres.
A respeito das relações de gênero em sua pesquisa, Machado apresenta
alguns diagnósticos do período que se propôs analisar (1930 a 1960) que muito se
aproximam do até aqui apresentado nesta segunda fase:
A análise acerca das relações de gênero na Escola Técnica de Curitiba
apresentou-se no decorrer da pesquisa em dois movimentos, o primeiro foi
o da invisibilidade, tanto pela dificuldade em localizar narradoras, quanto no
fato de a presença de professoras na Instituição ter sido apagada da
memória de grande parte dos narradores, exceto o da docente que exercia
a “prática educativa” de economia doméstica. Entre as narradoras, os
nomes mencionados foram os das professoras das oficinas de corte e
costura e de bordados. Da mesma forma, foi evidenciado que só havia
professoras no I ciclo (industrial básico), sendo que o quadro docente dos
cursos técnicos era formado somente por professores (MACHADO, 2010, p.
379).
O segundo movimento a que se refere a autora diz respeito ao processo de
oferta e de apropriação da formação oferecida pela instituição por parte das alunas;
a Lei e a prática demostram que o que se mantinha era a ideia de formar para a
administração do lar, aperfeiçoando as qualidades consideradas femininas
(MACHADO, 2010). Embora haja mudanças, o que se vê a respeito da escolha dos
cursos por alunos e alunas é que comumente segue-se uma lógica da divisão sexual
do trabalho.
Diferentemente de Machado (2010), entretanto, o período a que chamamos
segunda fase, em relação ao período anterior, teve vantagens, já que por meio da
pesquisa bibliográfica foi possível encontrar dados e fazer uma reflexão a seu
respeito.
Por outro lado, não podemos negar que a tradição da instituição acabou
sufocando as mulheres de maneira a mantê-las durante muito tempo invisíveis,
quase como inexistentes. À medida que lhes possibilitou o acesso como alunas,
deu-lhes mais uma possibilidade de inserção inclusive como professoras no ensino
profissional. Das poucas que atuaram na instituição nos seus primeiros 50 anos de
história fica o exemplo a ser seguido aqui registrado.
Nesta segunda fase, temos uma diferença considerável em relação a
anterior: mais possibilidade de atuação é sinônimo de mais mulheres. As histórias e
fotos registrados aqui são uma forma de reconhecer o valor e a capacidade dessas