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desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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51<br />

1995). Os primeiros, com a função <strong>de</strong> “pensar”, são consi<strong>de</strong>rados cientistas, os que<br />

“produzem” Ciência; os operários teriam somente a função <strong>de</strong> executar e por isso<br />

foram excluídos da história da Ciência e Tecnologia e não são consi<strong>de</strong>rados<br />

cientistas.<br />

Nesse caso, po<strong>de</strong>mos ver que em alguns momentos foi permitido o acesso a<br />

alg<strong>uma</strong>s <strong>mulheres</strong> <strong>na</strong> condição <strong>de</strong> “operários”, por serem irmãs ou esposas <strong>de</strong><br />

cientistas, <strong>de</strong>sempenhando ativida<strong>de</strong>s consi<strong>de</strong>ra<strong>das</strong> “menores”, como, por exemplo,<br />

a contagem, a classificação <strong>de</strong> materiais e <strong>de</strong> substâncias, enfim, em ativida<strong>de</strong>s<br />

para as quais se imagi<strong>na</strong>va não haver gran<strong>de</strong> esforço intelectual.<br />

Inicialmente fazer Ciência, <strong>de</strong> forma geral, significava apren<strong>de</strong>r tudo <strong>na</strong><br />

prática, justamente pelo acesso restrito ao processo <strong>de</strong> escolarização. A Ciência ao<br />

se tor<strong>na</strong>r mais complexa, mais especializada e institucio<strong>na</strong>lizada, a<strong>de</strong>ntrando as<br />

universida<strong>de</strong>s, dificultou a participação <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong>, pois elas foram durante longo<br />

tempo excluí<strong>das</strong> <strong>de</strong>sse nível e ensino.<br />

Se<strong>de</strong>ño (2000) <strong>de</strong>staca três momentos que dividiriam a situação <strong>das</strong><br />

<strong>mulheres</strong> <strong>na</strong> Ciência: no primeiro, que vai do Re<strong>na</strong>scimento até a Revolução<br />

Científica (século XVII), quando às <strong>mulheres</strong> era dado o direito ao acesso à<br />

educação básica, que significava saber ler especialmente para ensi<strong>na</strong>r os filhos. No<br />

segundo momento, que vai até a segunda meta<strong>de</strong> do século XIX, houve um tímido<br />

acesso às instituições <strong>de</strong> mais alto nível – universida<strong>de</strong>s e aca<strong>de</strong>mias. O terceiro<br />

momento, já no século XX, se caracteriza por abarcar a segunda onda do<br />

feminismo; nesse há a busca por enten<strong>de</strong>r por que há tão poucas <strong>mulheres</strong>,<br />

“primeiro estudando ciências, logo, trabalhando nelas e, fi<strong>na</strong>lmente, nos postos <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong>” 41 (SEDEÑO, 2000, s.p.). Este terceiro momento ainda vai<br />

compreen<strong>de</strong>r duas fases: <strong>na</strong> primeira as perguntas se referem à Ciência, enquanto<br />

que <strong>na</strong> segunda, se amplia à Tecnologia, ambos terrenos tradicio<strong>na</strong>lmente<br />

masculinos (SEDEÑO, 2000).<br />

A indagação da autora a partir da recuperação <strong>de</strong>ste histórico é quase que<br />

<strong>uma</strong> questão retórica:<br />

41 Tradução livre <strong>de</strong>: “primero estudiando ciencias, luego, trabajando en ellas y, fi<strong>na</strong>lmente, en los<br />

puestos <strong>de</strong> responsabilidad” (SEDEÑO, 2000, s.p.).

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