desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
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No início do século seguinte, 1808, foram abertos os portos ao comércio<br />
estrangeiro, o que <strong>de</strong>spertou o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> aprendizes portugueses que vinham em<br />
busca <strong>de</strong> trabalho. Ao mesmo tempo, Delmon<strong>de</strong>s (2006) cita que foi permitida a<br />
instalação <strong>de</strong> fábricas no Brasil e, com isso, D. João VI cria o Colégio <strong>de</strong> Fábricas,<br />
que passa a ser o primeiro estabelecimento criado pelo po<strong>de</strong>r público no país, com a<br />
fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>de</strong> educar profissio<strong>na</strong>lmente artistas aprendizes.<br />
Fonseca faz questão <strong>de</strong> citar que o príncipe regente foi pessoa interessada<br />
em promover a preparação <strong>de</strong> artífices e via vários <strong>de</strong>cretos instituiu as condições<br />
<strong>de</strong> abertura, atuação e administração <strong>de</strong> centros para o ensino, ainda que fosse <strong>uma</strong><br />
fábrica, como foi o caso da Fábrica <strong>de</strong> Lapidação dos Diamantes, ou mesmo a Real<br />
Impressão (FONSECA, 1986, v. 1).<br />
Alguns anos mais tar<strong>de</strong> foram instalados nos Arse<strong>na</strong>is da Marinha do Brasil<br />
centros <strong>de</strong> aprendizagem <strong>de</strong> ofícios, <strong>de</strong>sti<strong>na</strong>do àqueles que fossem encontrados <strong>na</strong>s<br />
ruas, a todo aquele que não opusesse resistência ou ainda a presos que<br />
apresentassem condição física e mental <strong>de</strong> executar alg<strong>uma</strong> ativida<strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>l.<br />
Dentre as ativida<strong>de</strong>s ensi<strong>na</strong><strong>das</strong> estavam as <strong>de</strong> serralheiro, ferreiro e carpinteiro.<br />
Mariano <strong>de</strong> Carvalho (2008) cita alg<strong>uma</strong>s iniciativas no sentido <strong>de</strong> <strong>uma</strong><br />
educação profissio<strong>na</strong>l sistematizada no período <strong>de</strong> passagem <strong>de</strong> Colônia a Império:<br />
em 1809, o Decreto do Príncipe Regente para a formação do colégio <strong>de</strong> fábricas e<br />
em 1816 a formação da Escola <strong>de</strong> Belas Artes propunha o ensino <strong>de</strong> ciências e<br />
<strong>de</strong>senho para ofícios mecânicos. Estas iniciativas eram direcio<strong>na</strong><strong>das</strong> à parcela da<br />
população que se submetia às ativida<strong>de</strong>s braçais e em especial aos órfãos e<br />
<strong>de</strong>svalidos <strong>das</strong> Santas Casas/Casa dos Expostos. A autora ressalta<br />
que tais iniciativas, além <strong>de</strong> marcarem o início <strong>de</strong> um caráter utilitarista para<br />
tal população, contavam com o objetivo principal da diminuição da<br />
crimi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> e da vagabundagem, ou seja, visavam à restauração da<br />
“or<strong>de</strong>m social” nos centros urbanos já existentes no país (MARIANO DE<br />
CARVALHO, 2008, p. 63).<br />
Importante ressaltar que estes mesmos i<strong>de</strong>ais aparecem em documentos do<br />
início do século XX, em especial no Decreto <strong>de</strong> criação <strong>das</strong> Escolas <strong>de</strong> Aprendizes<br />
Artífices em 1909.