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desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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17<br />

A partir <strong>de</strong> <strong>uma</strong> observação prelimi<strong>na</strong>r dos materiais <strong>de</strong> divulgação histórica<br />

da instituição no ano <strong>de</strong> comemoração do Centenário, duas perguntas foram<br />

elabora<strong>das</strong>: por que tão poucas <strong>mulheres</strong> aparecem nesses materiais? Seria um<br />

problema <strong>de</strong> seleção por parte dos e <strong>das</strong> responsáveis ou seria por que justamente<br />

não havia participação femini<strong>na</strong>? Desse ponto em diante, ao <strong>de</strong>parar-me com um<br />

núcleo responsável por manter gran<strong>de</strong> parte da documentação histórica, iniciei o<br />

processo <strong>de</strong> busca por informações que me levassem ao nome <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> que até<br />

então não sabia se iria encontrar.<br />

É fato que 100 anos é um período muito longo para <strong>uma</strong> pesquisa, por isso<br />

acabo por <strong>de</strong>bruçar-me especialmente sobre os anos iniciais da Escola até o ano <strong>de</strong><br />

1963 para a<strong>na</strong>lisar especialmente a participação <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong>. O ano <strong>de</strong> 1910 é o<br />

ano inicial porque foi o ano <strong>de</strong> início <strong>das</strong> ativida<strong>de</strong>s <strong>na</strong> Escola, quando seu objetivo<br />

estava em oferecer o curso primário, <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho e formação prática aos “filhos dos<br />

<strong>de</strong>sfavorecidos da sorte” (QUELUZ, 2000); em janeiro <strong>de</strong> 1910 a instituição começa<br />

a funcio<strong>na</strong>r com 10 funcionários <strong>de</strong>ntre eles <strong>uma</strong> mulher. Esta expectativa <strong>de</strong> que o<br />

número ten<strong>de</strong>ria a crescer me motivou e o meu “mergulho” nos arquivos antigos me<br />

convenceu da real importância <strong>de</strong> começarmos este trabalho por aqui.<br />

O ano <strong>de</strong> 1963 foi escolhido como limite em relação a <strong>uma</strong> análise da<br />

situação <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> <strong>na</strong> Escola; já transformada em Escola Técnica Fe<strong>de</strong>ral do<br />

Paraná (ETF-Pr), a instituição se apresentará <strong>de</strong> maneira diferente em relação à<br />

segunda etapa <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s 1 :<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início da década <strong>de</strong> 1960 as escolas técnicas fe<strong>de</strong>rais vão<br />

passando por transformações, tais como a equivalência legal e a permissão<br />

<strong>de</strong> acesso ao ensino superior, estabeleci<strong>das</strong> pela Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases<br />

<strong>de</strong> 1961, que alia<strong>das</strong> a <strong>uma</strong> consi<strong>de</strong>rável melhora <strong>de</strong> suas instalações e do<br />

seu corpo docente, fizeram com que tais instituições passassem a ter suas<br />

vagas disputa<strong>das</strong> por alunos <strong>de</strong> classe média, em busca <strong>de</strong> um ensino<br />

médio gratuito e <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> (AMORIM, 2004, p. 17).<br />

1 Amorim (2004) aponta dois limites iniciais da Escola: o primeiro <strong>de</strong> 1910 a 1942, quando a<br />

concepção <strong>de</strong> ensino estava voltada à formação dos “<strong>de</strong>svalidos <strong>de</strong> fortu<strong>na</strong>” em grau menor <strong>de</strong><br />

instrução; e o segundo <strong>de</strong> 1942, ano da Lei Orgânica, a 1963, ano <strong>de</strong> encerramento <strong>das</strong> ativida<strong>de</strong>s da<br />

CBAI (Comissão Brasileiro-America<strong>na</strong> Industrial), período que ele apontará como formador <strong>de</strong> <strong>uma</strong><br />

aristocracia do trabalho.

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