desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
46<br />
Esta situação se manteve até a segunda meta<strong>de</strong> do século XX, quando se<br />
po<strong>de</strong> falar <strong>de</strong> um elo entre a atuação dos movimentos feministas e <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong>, que<br />
contribuirão significativamente para a entrada <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> no mercado <strong>de</strong> trabalho<br />
formal, e “a necessida<strong>de</strong> crescente <strong>de</strong> recursos h<strong>uma</strong>nos para ativida<strong>de</strong>s<br />
estratégicas, como a Ciência” (LETA, 2003, p. 271).<br />
O século XVIII com a Revolução Iluminista herda questões do XVII, como<br />
<strong>uma</strong> nova mentalida<strong>de</strong>, que acredita que o trabalho artesão, <strong>de</strong>senvolvido em<br />
gran<strong>de</strong> medida por <strong>mulheres</strong>, contribuía <strong>de</strong> igual maneira que o científico para o<br />
progresso e a “felicida<strong>de</strong>” (LIRES, ANGÓS e PAIRÓ, 2003). No entanto, para as<br />
<strong>mulheres</strong> o século <strong>das</strong> Luzes vai estar mais para o<br />
Século <strong>de</strong> Sombras, pois ainda que muitas tenham participado no<br />
movimento intelectual e científico, não sem esforço, muito poucas foram as<br />
que conseguiram o reconhecimento <strong>das</strong> instituições e, no melhor dos casos,<br />
foram consi<strong>de</strong>ra<strong>das</strong> como exceções ou casualida<strong>de</strong>s (LIRES, ANGÓS e<br />
PAIRÓ, 2003, s.p.). 29<br />
Po<strong>de</strong>-se perceber que no século XVIII ainda eram poucos os que se<br />
preocupavam com a baixa participação <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> <strong>na</strong>s Ciências; em realida<strong>de</strong> a<br />
maioria falava<br />
em nome da pretendida lógica e racio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> da ciência, [e] continuavam<br />
afirmando, <strong>de</strong> acordo com as mais ancestrais suposições, que as <strong>mulheres</strong><br />
eram inferiores <strong>na</strong> razão e <strong>na</strong> ética, tratando <strong>de</strong> justificar sua subordi<strong>na</strong>ção<br />
e o i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> mulher calada, obediente, submissa, mo<strong>de</strong>sta e casta (LIRES,<br />
ANGÓS e PAIRÓ, 2003, s.p.). 30<br />
Autores como Moli<strong>na</strong> (1994) enten<strong>de</strong>m que os i<strong>de</strong>ais iluministas não<br />
“ilumi<strong>na</strong>ram” alg<strong>uma</strong>s parcelas da socieda<strong>de</strong>.<br />
29 Tradução livre <strong>de</strong>: “Siglo <strong>de</strong> Sombras, pues aunque muchas participaron en el movimiento<br />
intelectual y científico, no sin esfuerzo, muy escasas fueron las que consiguieron el reconocimiento <strong>de</strong><br />
las instituciones y, en el mejor <strong>de</strong> los casos, se las consi<strong>de</strong>ró como excepciones o casualida<strong>de</strong>s”<br />
(LIRES, ANGÓS e PAIRÓ, 2003, s.p.).<br />
30 Tradução livre <strong>de</strong>: “en nombre <strong>de</strong> la pretendida lógica y racio<strong>na</strong>lidad <strong>de</strong> la ciencia, [e] continuaban<br />
afirmando, <strong>de</strong> acuerdo con los más ancestrales supuestos, que las mujeres eran inferiores en la<br />
razón y en la ética, tratando <strong>de</strong> justificar su subordi<strong>na</strong>ción y el i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> mujer callada, obediente,<br />
sumisa, mo<strong>de</strong>sta y casta” (LIRES, ANGÓS e PAIRÓ, 2003, s.p.).