desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
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Na década <strong>de</strong> 1930 o Brasil participou <strong>de</strong> alguns congressos inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>is<br />
do ensino técnico, cujo interesse externo estava <strong>na</strong> relação do ensino técnico e vida<br />
econômica, orientação profissio<strong>na</strong>l e sua continuida<strong>de</strong>, formação <strong>de</strong> responsáveis<br />
pelo ensino prático e a preparação da mulher (MACHADO, 2010).<br />
Fi<strong>na</strong>is da década <strong>de</strong> 1930, Gursky Jr <strong>de</strong>screve o período como significante<br />
em relação à questão da educação:<br />
Nesse momento da história brasileira, e também premido pela conjuntura<br />
inter<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l e seus embates i<strong>de</strong>ológicos, o <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lismo brasileiro se<br />
tornou mais vigoroso, e o governo buscava o apoio popular ao novo regime<br />
(Estado Novo) através da educação.<br />
As escolas eram estimula<strong>das</strong> a fortalecer valores como a <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>, a<br />
discipli<strong>na</strong>, o vigor físico e o trabalho, além dos assuntos educacio<strong>na</strong>is<br />
usuais. As escolas <strong>de</strong>veriam, pois, servir ao duplo objetivo: formar<br />
profissio<strong>na</strong>is competentes, e cidadãos conscientes, que eram necessários<br />
ao progresso econômico e à <strong>de</strong>fesa <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l (GURSKY JR, 2000, p. 86).<br />
Com a Lei n. 378, <strong>de</strong> 13 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1937 (que entre outras ações 86 mudou<br />
a <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>ção do Ministério da Educação e Saú<strong>de</strong> Pública que passou a se chamar<br />
Ministério da Educação e Saú<strong>de</strong>), é instituído o Liceu Industrial do Paraná alterando<br />
a filosofia da aprendizagem profissio<strong>na</strong>l (GURSKY JR, 2000).<br />
A Lei não alterou os currículos que seguiriam prezando pela<br />
complementarida<strong>de</strong> essencial para a formação educacio<strong>na</strong>l dos aprendizes<br />
artífices, mesclando o trei<strong>na</strong>mento e a aprendizagem <strong>na</strong>s ofici<strong>na</strong>s, com <strong>uma</strong><br />
relativa base sólida <strong>de</strong> educação geral. Já <strong>na</strong>quela época era indispensável<br />
compatibilizar o ensino profissio<strong>na</strong>l vinculado à formação cultural da classe<br />
proletária, imbuída <strong>de</strong> um profundo sentimento <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lista (GURSKY JR,<br />
2000, p. 83).<br />
Era um novo momento histórico e político e novos i<strong>de</strong>ais filosóficos foram<br />
tomando as instituições escolares:<br />
O Estado Novo (10/10/1937) havia trazido consigo um novo entusiasmo a<br />
respeito da filosofia da educação. A instrução pública, <strong>na</strong>quele momento,<br />
fora vista como instrumento <strong>de</strong> coesão social, fator <strong>de</strong> construção da<br />
<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>, assim como <strong>de</strong> formação do cidadão produtivo e patriota. O<br />
seu pretensioso pensamento racio<strong>na</strong>l e científico assumiu o papel <strong>de</strong><br />
preceptor do povo e <strong>das</strong> crianças, marcado pelo discurso i<strong>de</strong>ológico e pela<br />
menorida<strong>de</strong> social. A educação é quase <strong>uma</strong> religião cívica, que seria a<br />
86 Ela também extinguiu a Superintendência do Ensino Profissio<strong>na</strong>l, criando em seu lugar a Divisão<br />
do Ensino Industrial.