desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
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Na década seguinte, 1940, Machado (2010) cita que essa diferenciação<br />
permanece – os professores <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho dos cursos básicos industriais eram<br />
artífices, que po<strong>de</strong>riam ser os egressos da própria instituição; os dos cursos técnicos<br />
eram engenheiros e no <strong>de</strong>senho or<strong>na</strong>mental atuavam professoras sem que<br />
saibamos com qual formação.<br />
Em sua tese, Machado (2010) cita a <strong>na</strong>rrativa <strong>de</strong> Jamile, alu<strong>na</strong> dos cursos<br />
industrial e técnico em Decorações <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 1950, que confirma a separação e<br />
hierarquização entre as discipli<strong>na</strong>s <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho. Jamile <strong>de</strong>staca em sua fala que <strong>uma</strong><br />
<strong>de</strong> suas professoras <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho no I ciclo era muito exigente.<br />
Especificamente em 1953 havia a discipli<strong>na</strong> <strong>de</strong> Desenho Técnico aten<strong>de</strong>ndo<br />
às especificida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> cada curso, a <strong>de</strong> Desenho Or<strong>na</strong>mental e a <strong>de</strong> Desenho<br />
Especializado e Geometria. Machado (2010) encontrou documentos dos exames<br />
daquele ano em que constavam os testes como sendo dos cursos <strong>de</strong> Corte e<br />
Costura e Decoração <strong>de</strong> Interiores; à época eram coor<strong>de</strong><strong>na</strong>dores <strong>de</strong>ssas áreas Alilat<br />
Muricy e Emil Kampf, respectivamente.<br />
Observamos nesse ponto a divisão sexual do trabalho e seus reflexos sobre<br />
os caminhos possíveis às <strong>mulheres</strong>. Historicamente <strong>na</strong> agora Escola Técnica<br />
Fe<strong>de</strong>ral do Paraná alg<strong>uma</strong>s ativida<strong>de</strong>s foram <strong>de</strong>sempenha<strong>das</strong> por <strong>mulheres</strong> que<br />
estavam interessa<strong>das</strong> em participar do mercado <strong>de</strong> trabalho formal, ainda que<br />
muitas em condições informais <strong>de</strong> contratação.<br />
Consi<strong>de</strong>rando que a instituição tinha regras fe<strong>de</strong>rais a cumprir, <strong>de</strong>ntre elas a<br />
<strong>de</strong> manter um quadro efetivo <strong>de</strong> funcionários, a situação melhorou em relação às<br />
contratações <strong>de</strong> funcionárias <strong>de</strong> apoio e administrativas. Devido a <strong>uma</strong> <strong>de</strong>manda<br />
criada – muitos cursos, muitos alunos, abrangência <strong>de</strong> ensino, necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>uma</strong><br />
biblioteca etc. – novas funções são agrega<strong>das</strong>, <strong>de</strong>ntre elas a <strong>de</strong> Bibliotecária,<br />
ocupada por <strong>uma</strong> mulher.<br />
Em 1964, temos um aumento consi<strong>de</strong>rável <strong>de</strong> funcionárias: o número<br />
chegou a trinta e cinco, e o relatório <strong>de</strong>sse ano apresenta, além do nome e função, a<br />
data <strong>de</strong> <strong>na</strong>scimento e o ano <strong>de</strong> admissão <strong>na</strong> Escola.