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desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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29<br />

O autor <strong>de</strong>clara evi<strong>de</strong>nte que após a instituição <strong>de</strong> leis para a diminuição da<br />

discrimi<strong>na</strong>ção muita coisa melhorou para as <strong>mulheres</strong>. Ele garante que ocorre <strong>uma</strong><br />

“...transformação da economia e do mercado <strong>de</strong> trabalho associada à abertura <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s para as <strong>mulheres</strong> no campo da educação” (CASTELLS, 2008, p.<br />

171), porém este fato não garante igualda<strong>de</strong> <strong>na</strong>s relações e a discrimi<strong>na</strong>ção se<br />

mantém em outros níveis.<br />

Além disso, as diferenças existentes entre homens e <strong>mulheres</strong> não po<strong>de</strong>m<br />

ser explica<strong>das</strong> a partir da biologia ou pelo meio ambiente, como querem os que<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>m <strong>uma</strong> distinção binária entre os sexos, resultando em papéis que cada um<br />

<strong>de</strong>les teria a <strong>de</strong>sempenhar <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> suas culturas.<br />

Objeto <strong>de</strong> críticas feministas, o <strong>de</strong>terminismo biológico é<br />

o conjunto <strong>de</strong> teorias segundo as quais a posição ocupada por diferentes<br />

grupos <strong>na</strong>s socieda<strong>de</strong>s – ou comportamentos e variações <strong>das</strong> habilida<strong>de</strong>s,<br />

capacida<strong>de</strong>s, padrões cognitivos e sexualida<strong>de</strong> h<strong>uma</strong>nos – <strong>de</strong>rivam <strong>de</strong><br />

limites ou privilégios inscritos <strong>na</strong> constituição biológica (CITELI, 2001, p.<br />

134).<br />

O perigo <strong>de</strong>ssa abordagem está em que não sejam questio<strong>na</strong>dos os<br />

reducionismos prejudiciais à meta<strong>de</strong> da população mundial, como aponta a autora;<br />

com o objetivo <strong>de</strong> evitá-los, ela afirma que<br />

Muitos dos cientistas sociais e dos biólogos que discutem as limitações <strong>das</strong><br />

diversas vertentes do <strong>de</strong>terminismo biológico não estão ape<strong>na</strong>s<br />

preocupados com os “<strong>de</strong>slizes” propriamente científicos do <strong>de</strong>terminismo,<br />

mas com as consequências sociais e políticas que advêm <strong>de</strong>ssas<br />

afirmações (CITELI, 2001, p. 134).<br />

Carvalho (2003, p. 15) afirma que “as diferenças entre homens e <strong>mulheres</strong><br />

passaram a ser mais sistematicamente pensa<strong>das</strong> a partir do feminismo <strong>na</strong> década<br />

<strong>de</strong> 60”, e isso quando ainda o termo gênero não tinha emergido, o que vem a<br />

acontecer justamente por causa do acúmulo <strong>de</strong> esforços dos movimentos<br />

feministas 5 como veremos neste capítulo.<br />

5 Embora se fale em vários momentos em um movimento feminista, é importante consi<strong>de</strong>rar que<br />

<strong>de</strong>ntro da perspectiva feminista tivemos vários movimentos se estruturando, ora convergindo, ora<br />

divergindo, como é o caso do feminismo da diferença e o feminismo liberal. Sobre o tema ver<br />

CASTELLS, Manuel. O po<strong>de</strong>r da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2008.

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