26.07.2014 Views

desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

73<br />

Este fato tem forte impacto <strong>na</strong> escolha <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> por <strong>uma</strong> ou outra<br />

carreira, ou ainda <strong>na</strong> escolha por efetivamente seguir alg<strong>uma</strong> carreira: “As <strong>mulheres</strong><br />

que consi<strong>de</strong>ram seguir carreira <strong>na</strong> Ciência citam as dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> combi<strong>na</strong>r carreira<br />

e família como a maior preocupação” (SCHIEBINGER, 2001, p. 194).<br />

Muitas <strong>mulheres</strong> têm dificulda<strong>de</strong> em optar por seguir <strong>uma</strong> carreira científicotecnológica,<br />

e isso as <strong>de</strong>ixa cada vez mais distantes da possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sucesso<br />

nessa área. Schiebinger (2001, p. 194) <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que “Para trazer as <strong>mulheres</strong> para<br />

a Ciência, precisamos reestruturar os mundos profissio<strong>na</strong>l e doméstico”, além <strong>de</strong><br />

fazer um esforço em convencer os parceiros a participarem, enten<strong>de</strong>ndo que é a<br />

forma mais justa <strong>de</strong> atuação profissio<strong>na</strong>l para ambos.<br />

A divisão sexual do trabalho que atribuiu às <strong>mulheres</strong> a responsabilida<strong>de</strong><br />

principal pelos serviços domésticos e criação dos filhos liberou o homem<br />

dos incômodos <strong>de</strong>talhes <strong>das</strong> ativida<strong>de</strong>s diárias <strong>de</strong> sobrevivência, ao passo<br />

que sobrecarregou as <strong>mulheres</strong> <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sproporcio<strong>na</strong>l (LERNER apud<br />

SCHIEBINGER, 2001, p. 182).<br />

A problemática está em <strong>de</strong>rrubar a divisão sexual do trabalho, <strong>uma</strong> <strong>das</strong><br />

manifestações <strong>das</strong> relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r da socieda<strong>de</strong>, para que ela <strong>de</strong>ixe “<strong>de</strong> ser<br />

percebida como um processo <strong>na</strong>tural que distribui homens e <strong>mulheres</strong> em ativida<strong>de</strong>s<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>das</strong> a<strong>de</strong>qua<strong>das</strong> a seu sexo” passando a ser vista assim como ela é: “parte<br />

<strong>de</strong> relações sociais basea<strong>das</strong> em diferenças socialmente construí<strong>das</strong> entre homens<br />

e <strong>mulheres</strong>” (SILVA, 2005, p. 28).<br />

Trata-se <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa <strong>de</strong> igualda<strong>de</strong> entre diferentes, no sentido <strong>de</strong> equida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

oportunida<strong>de</strong>s. Na dinâmica social marcada pelo <strong>de</strong>terminismo biológico, vemos que<br />

prevalecem<br />

posições <strong>de</strong>siguais, tanto <strong>na</strong> esfera da produção quanto no âmbito privado<br />

<strong>das</strong> relações familiares, sendo comum, em nossa socieda<strong>de</strong>, que a mulher<br />

seja responsabilizada pelas ativida<strong>de</strong>s reprodutivas e o homem seja<br />

percebido como o provedor da família. Se, por um lado, o trabalho produtivo<br />

faz parte da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> masculi<strong>na</strong>, por outro, a construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

femini<strong>na</strong> condicio<strong>na</strong> e limita a participação da mulher no mercado <strong>de</strong><br />

trabalho, principalmente <strong>de</strong>vido à constante necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> articular<br />

ativida<strong>de</strong>s domésticas e profissio<strong>na</strong>is (SILVA, 2005, p. 28).<br />

As <strong>mulheres</strong> têm dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> entrada no mercado <strong>de</strong> trabalho e, quando o<br />

fazem, optam por alg<strong>uma</strong>s carreiras que possibilitem a conciliação (HIRATA e<br />

KERGOAT, 2007, p. 603): “política fortemente sexuada, visto que <strong>de</strong>fine

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!