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desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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escritoras como Kate Millett 10 e outros autores que tratarão <strong>de</strong> maneira ficcio<strong>na</strong>l<br />

especificamente do tema sexualida<strong>de</strong>, como Virgínia Woolf 11 e Lawrence Durrell 12 .<br />

Em relação ao Brasil, <strong>na</strong> mesma década vão surgir “os primeiros grupos<br />

feministas comprometidos em lutar pela igualda<strong>de</strong> <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong>, pela anistia e pela<br />

abertura <strong>de</strong>mocrática” (SILVA, 2000, s.p.). As <strong>mulheres</strong> vão buscar mais espaço no<br />

mercado <strong>de</strong> trabalho, provocando um interesse pela militância em favor <strong>de</strong> seus<br />

próprios direitos, possibilitada pela a<strong>de</strong>são aos sindicatos (SILVA, 2000).<br />

A partir dos esforços <strong>das</strong> primeiras feministas, estudos <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong><br />

começaram a tomar forma e contribuíram para visibilizar aquelas que foram<br />

oculta<strong>das</strong> ou silencia<strong>das</strong>. Num primeiro momento estes estudos “se constituíam,<br />

muitas vezes em <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> trabalho <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> [...] <strong>de</strong>nunciando a<br />

opressão e submetimento feminino” (LOURO, 1997, p. 17). Outras questões<br />

emergem, exce<strong>de</strong>ndo o que se convencionou chamar <strong>de</strong> estudos <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong>, cujo<br />

caráter muitas vezes se voltava ao <strong>de</strong>scritivo e reificador da situação da mulher. Há<br />

um interesse pela ampliação da causa e <strong>de</strong> seu tratamento;<br />

nesse sentido era preciso encontrar conceitos que permitissem diferenciar<br />

aquilo que as <strong>mulheres</strong> tinham <strong>de</strong> <strong>na</strong>tural, permanente, e igual em to<strong>das</strong> as<br />

épocas e culturas (o sexo) daquilo que dava base para a discrimi<strong>na</strong>ção e,<br />

por ser socialmente construído, variava <strong>de</strong> socieda<strong>de</strong> para socieda<strong>de</strong> e<br />

podia mudar com o tempo (o gênero) (SIMIÃO, 2006, p. 15).<br />

Louro (2007) afirma que com o uso do termo gênero foi possível discutir o<br />

<strong>de</strong>terminismo biológico que tinha a supremacia em explicar as dicotomias existentes<br />

<strong>na</strong> socieda<strong>de</strong> pelas diferenças sexuais.<br />

Os estudos <strong>de</strong> gênero adotam como eixo central a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> <strong>de</strong>s<strong>na</strong>turalização<br />

do que Citeli (2001, p. 132) chamará “hierarquias <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r basea<strong>das</strong> em diferenças<br />

<strong>de</strong> sexo”. A autora cita o ponto central <strong>de</strong>ssa perspectiva:<br />

10 Seu livro Políticas Sexuais, <strong>de</strong> 1969, é o mais famoso.<br />

11 Romancista inglesa. Suas obras mais famosas são Um teto todo seu (1928), Mrs. Dalloway (1925),<br />

As on<strong>das</strong> (1931) e Entre os atos (Between the Acts, 1941, póst<strong>uma</strong>).<br />

12 Escritor nepalense. Além <strong>de</strong> poemas e relatos <strong>de</strong> viagem, escreveu romances. Sua obra mais<br />

famosa O Quarteto <strong>de</strong> Alexandria (livro em 4 volumes, publicados entre 1955 e 1960) retrata intrigas<br />

políticas e sexuais no contexto da 2ª Guerra Mundial.

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