desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
107<br />
...nota-se pelo currículo estabelecido pela Consolidação, <strong>uma</strong> tentativa<br />
inicial <strong>de</strong> elevação <strong>de</strong> nível <strong>de</strong>sse ramo <strong>de</strong> ensino, o que realmente viria<br />
acontecer alguns anos <strong>de</strong>pois, quando o ensino industrial passaria a ser<br />
consi<strong>de</strong>rado como <strong>de</strong> segundo grau, em paralelo com o ensino secundário<br />
(GURSKY JR, 2000, p. 59).<br />
Queluz (1998) a<strong>na</strong>lisa o ensino profissio<strong>na</strong>l no século XX no Brasil a partir<br />
do método <strong>de</strong> ensino utilizado. O primeiro adotado foi <strong>de</strong>nomi<strong>na</strong>do método intuitivo;<br />
recuperado e implantado pelo primeiro diretor da Escola <strong>de</strong> Aprendizes Artífices do<br />
Paraná, professor Paulo Il<strong>de</strong>fonso d‟Assumpção, perdurou até a década <strong>de</strong> 1920,<br />
quando é implantado o segundo pelas mãos <strong>de</strong> João Lu<strong>de</strong>ritz, não sem sofrer<br />
resistência, especialmente por parte <strong>de</strong> Paulo Il<strong>de</strong>fonso.<br />
Embora quisessem se mostrar diferencia<strong>das</strong>, a conclusão a que chega<br />
Queluz (1998) é <strong>de</strong> que ambas as abordagens visavam basicamente aos mesmos<br />
fins: controle social, com vistas a aten<strong>de</strong>r <strong>uma</strong> necessida<strong>de</strong> dita social, e<br />
discipli<strong>na</strong>rização dos meninos pobres que <strong>na</strong> instituição a<strong>de</strong>ntravam.<br />
O autor fala <strong>de</strong> um entusiasmo que o país apresentava em relação à<br />
educação e às perspectivas trazi<strong>das</strong> por ela; aliada a <strong>uma</strong> necessida<strong>de</strong> notória <strong>de</strong><br />
industrialização e, para tanto, <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra, o ensino específico <strong>de</strong> e<br />
para “menores <strong>de</strong>svalidos”, transformando-os em trabalhadores, ganha <strong>de</strong>staque.<br />
Nesse cenário, Queluz <strong>de</strong>staca que a criação <strong>das</strong> Escolas <strong>de</strong> Aprendizes em âmbito<br />
<strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l foi o “primeiro projeto <strong>na</strong>cio<strong>na</strong>l efetivo relacio<strong>na</strong>do ao ensino profissio<strong>na</strong>l”<br />
(1998, p. 136), contribuindo com aqueles objetivos supracitados.<br />
Para, portanto, cumprir com os objetivos <strong>de</strong> maneira eficaz, era necessária a<br />
adoção <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> ensino específico: Paulo Il<strong>de</strong>fonso adota o método intuitivo<br />
que trazia em sua essência que o ensino fosse público e a instrução fosse “o<br />
principal instrumento <strong>de</strong> docilização <strong>de</strong> corpos e mentes” (QUELUZ, 1998, p. 139).<br />
Vale dizer que a dificulda<strong>de</strong> em encontrar profissio<strong>na</strong>is para atuarem como<br />
docentes foi preocupação constante do então diretor.<br />
Por não ser <strong>uma</strong> preocupação regio<strong>na</strong>l, para suprir esta falta, em primeira<br />
instância, o governo fe<strong>de</strong>ral criou em 11 <strong>de</strong> agosto <strong>de</strong> 1919 a Escola Wenceslau<br />
Brás no Rio <strong>de</strong> Janeiro. Com o objetivo <strong>de</strong> formação <strong>de</strong> professores, perdurou com<br />
dificulda<strong>de</strong> até 1937, <strong>de</strong>ixando um “buraco” em relação à questão da formação <strong>de</strong><br />
professores, se se consi<strong>de</strong>ra que a Comissão Brasileiro-America<strong>na</strong> Industrial,