desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
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articulou o sistema <strong>de</strong> ensino regular com o profissio<strong>na</strong>l, <strong>na</strong> medida em que<br />
incorporou ao sistema regular os cursos técnicos <strong>de</strong> nível médio,<br />
estabelecendo a equivalência ple<strong>na</strong> entre os cursos propedêuticos e os<br />
profissio<strong>na</strong>lizantes. Essa lei reuniu <strong>na</strong> mesma estrutura os dois sistemas,<br />
passando a existir dois ramos <strong>de</strong> ensino médio diferenciados, mas<br />
equivalentes: um propedêutico representado pelo científico e outro<br />
profissio<strong>na</strong>lizante, com os cursos normal (magistério), industrial, comercial e<br />
agrícola (DELMONDES, 2006, p. 74).<br />
Delmon<strong>de</strong>s <strong>de</strong>staca as principais inovações referentes ao ensino<br />
profissio<strong>na</strong>l:<br />
O ensino <strong>de</strong> 1º grau, <strong>de</strong> 1ª a 4ª séries, teria o currículo composto <strong>de</strong><br />
discipli<strong>na</strong>s que abrangessem conteúdos generalizantes;<br />
A partir da 5ª série, a quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> discipli<strong>na</strong>s vocacio<strong>na</strong>is volta<strong>das</strong> para<br />
sondagem <strong>de</strong> aptidões e iniciação para o trabalho, aumentaria conforme se<br />
avançasse <strong>na</strong>s séries;<br />
Quanto ao ensino <strong>de</strong> 2º grau, os conteúdos <strong>de</strong>veriam enfatizar a formação<br />
profissio<strong>na</strong>l prepon<strong>de</strong>rando sobre a educação geral, pois a fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> era<br />
proporcio<strong>na</strong>r a habilitação profissio<strong>na</strong>l ao aluno (DELMONDES, 2006, p. 76).<br />
Segundo Kuenzer (1991) permanecia a lógica segregatória já que os<br />
trabalhadores, sem perspectiva <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudos (acesso à educação<br />
superior) seguiram escolhendo cursos profissio<strong>na</strong>lizantes, e os <strong>de</strong> classes mais altas<br />
iam para o propedêutico que lhes daria acesso à universida<strong>de</strong>. Delmon<strong>de</strong>s (2006)<br />
concorda com a manutenção da dualida<strong>de</strong> até os dias <strong>de</strong> hoje e afirma que, <strong>de</strong>vido à<br />
origem social, a pessoa acabava ficando condicio<strong>na</strong>da a um tipo <strong>de</strong> ensino, que, ao<br />
ser concluído, funcio<strong>na</strong>va como última possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acesso, ocasio<strong>na</strong>ndo o<br />
abandono dos bancos escolares.<br />
“Após <strong>uma</strong> série <strong>de</strong> reformas educacio<strong>na</strong>is <strong>de</strong>sti<strong>na</strong><strong>das</strong> ao ajuste da<br />
educação aos novos objetivos e à nova or<strong>de</strong>m social, promulgou-se a Lei n. 5.692<br />
<strong>de</strong> 11 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1971” (DELMONDES, 2006, p. 75). Com ela duas foram as<br />
maiores modificações: instituiu-se que a todos os que cursassem o segundo grau<br />
seria dado o título <strong>de</strong> profissio<strong>na</strong>l e se substituiu a equivalência entre os ramos<br />
profissio<strong>na</strong>l e propedêutico (KUENZER, 1997). Segundo a autora isto se <strong>de</strong>u porque<br />
os interesses políticos e econômicos do Estado ansiavam por ter ao alcance vasta