desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
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contribuíram para que várias conclusões fossem tira<strong>das</strong>, <strong>de</strong>ntre elas a <strong>de</strong> que as<br />
relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>na</strong> socieda<strong>de</strong> se reproduzem <strong>de</strong>ntro <strong>das</strong> comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />
produção <strong>de</strong> conhecimento, estando as <strong>mulheres</strong> em <strong>de</strong>svantagem, ainda que em<br />
posições iguais às dos homens.<br />
Alguns estudos inclusive apontam para a exclusão <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> “dos ca<strong>na</strong>is<br />
<strong>de</strong> comunicação informal e <strong>de</strong> interação acadêmica 49 ” (TABAK, 2002, p. 59) e um<br />
fenômeno <strong>de</strong> não socialização <strong>das</strong> informações importantes para a comunida<strong>de</strong>,<br />
mantendo a mulher alheia a dados exclusivamente intercambiados entre os homens<br />
(TABAK, 2002).<br />
Como exemplo <strong>de</strong>sta preocupação por problematizar a questão <strong>das</strong><br />
<strong>mulheres</strong> em carreiras científico-tecnológicas, Leta (2003) aponta Alice Rossi como<br />
a primeira interessada 50 . Ainda que seja um exemplo dos EUA, é interessante<br />
ressaltar <strong>uma</strong> problemática ainda vigente; em seu artigo <strong>de</strong> 1965, Rossi atentou para<br />
a questão <strong>na</strong>s déca<strong>das</strong> <strong>de</strong> 50 e 60 especificamente e suas conclusões foram no<br />
seguinte sentido: baixo número <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> <strong>na</strong>s Engenharias e número pequeno<br />
em alg<strong>uma</strong>s áreas <strong>das</strong> Ciências Naturais <strong>de</strong>vido a aspectos que passam pelo social<br />
e o psicológico:<br />
a priorida<strong>de</strong> do casamento e da maternida<strong>de</strong> diante da escolha profissio<strong>na</strong>l,<br />
a influência dos pais <strong>na</strong> escolha da carreira <strong>de</strong> seus filhos, <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ndo o<br />
que <strong>de</strong>vem ser atitu<strong>de</strong>s e comportamentos “femininos” e “masculinos” e<br />
incompatibilida<strong>de</strong>s ou diferenças <strong>de</strong> cunho biológico e/ou social entre<br />
homens e <strong>mulheres</strong>, tal como <strong>na</strong>s habilida<strong>de</strong>s cognitivas, <strong>na</strong> questão da<br />
in<strong>de</strong>pendência, <strong>de</strong> persistência e do distanciamento do convívio social<br />
(LETA, 2003, p. 272).<br />
Estas conclusões passam por situações semelhantes as que vemos<br />
ocorrendo ainda hoje em muitos países.<br />
Um estudo da Unesco aponta que a participação <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> <strong>na</strong>s<br />
universida<strong>de</strong>s cresceu <strong>na</strong>s déca<strong>das</strong> <strong>de</strong> 70, 80 e 90 do século passado nos países da<br />
América Lati<strong>na</strong>, da Ásia e da Europa Oci<strong>de</strong>ntal, o que significa maior envolvimento<br />
“no sistema <strong>de</strong> C&T, se consi<strong>de</strong>rarmos essas instituições, as universida<strong>de</strong>s, como<br />
aquelas responsáveis por gran<strong>de</strong> parte da Ciência mundial” (LETA, 2003, p. 273),<br />
49 Sobre o assunto, Tabak cita as pesquisas <strong>de</strong> Reskin (1978), Kirkham e Thompson (1984) e White<br />
(1970).<br />
50 Conforme citamos, o artigo Why so few? foi o primeiro a articular gênero e Ciência.