desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
28<br />
participação femini<strong>na</strong> <strong>na</strong> socieda<strong>de</strong>, tirando as <strong>mulheres</strong> da invisibilida<strong>de</strong>”<br />
(CASAGRANDE, 2005, p. 23). O que nos interessa é perceber como, graças à<br />
emergência <strong>de</strong> estudos feministas sobre as <strong>mulheres</strong>, é hoje possível discutir sua<br />
participação <strong>na</strong> construção da história do fazer científico e tecnológico no Brasil.<br />
2.1 ORIGEM DA QUESTÃO: A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE GÊNERO E O<br />
“PAPEL” DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS<br />
A base da socieda<strong>de</strong> oci<strong>de</strong>ntal é patriarcal 4 ; nela temos as <strong>mulheres</strong> como<br />
seres imersos n<strong>uma</strong> cultura que se construiu sobre o masculino como universal, com<br />
base em hierarquias. Nesse contexto, a história <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> foi consi<strong>de</strong>rada por<br />
muito tempo como algo que teria ocorrido em separado, à margem.<br />
O patriarcalismo domi<strong>na</strong>nte afeta <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as relações familiares, instituindo<br />
<strong>uma</strong> “família patriarcal”, até a atuação pública <strong>de</strong> homens e <strong>mulheres</strong>, como a<br />
participação no mundo do trabalho, por exemplo. Nesse sentido,<br />
Os relacio<strong>na</strong>mentos interpessoais e, consequentemente, a perso<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>,<br />
também são marcados pela domi<strong>na</strong>ção e violência que têm sua origem <strong>na</strong><br />
cultura e instituições do patriarcalismo. É essencial, porém, tanto do ponto<br />
<strong>de</strong> vista a<strong>na</strong>lítico quanto político, não esquecer o enraizamento do<br />
patriarcalismo <strong>na</strong> estrutura familiar e <strong>na</strong> reprodução sociobiológica da<br />
espécie, contextualizados histórica e culturalmente. Não fosse a família<br />
patriarcal, o patriarcalismo ficaria exposto como domi<strong>na</strong>ção pura e acabaria<br />
esmagado pela revolta da “outra meta<strong>de</strong> do paraíso”, historicamente<br />
mantida em submissão (CASTELLS, 2008, p. 169).<br />
Castells aponta ainda que<br />
Trabalho, família e mercados <strong>de</strong> trabalho passaram por profun<strong>das</strong><br />
transformações neste último quarto <strong>de</strong> século em virtu<strong>de</strong> da incorporação<br />
maciça <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> no mercado <strong>de</strong> trabalho remunerado, quase sempre<br />
fora <strong>de</strong> seus lares (CASTELLS, 2008, p. 191. Grifo do autor.).<br />
4 Para Costa (s.d., p. 4.), patriarcado significa a “organização sexual hierárquica da socieda<strong>de</strong> tão<br />
necessária ao domínio político”, <strong>na</strong> qual o masculino predomi<strong>na</strong> sobre o feminino <strong>na</strong> esfera privada,<br />
se pensamos <strong>na</strong> estrutura familiar, e <strong>na</strong> esfera pública, se pensamos <strong>na</strong> lógica organizacio<strong>na</strong>l <strong>das</strong><br />
instituições políticas.