desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
215<br />
Em relação ao montante <strong>de</strong> funcionários, percebemos como a mudança não<br />
foi tão significativa para as <strong>mulheres</strong>, em se tratando <strong>de</strong> espaços ocupados. Por<br />
outro lado, passar <strong>de</strong> um número <strong>de</strong> duas <strong>mulheres</strong> <strong>na</strong> década <strong>de</strong> 1910 para 299<br />
oitenta anos <strong>de</strong>pois significa que as primeiras conquistaram espaços e estes não<br />
serão perdidos. O que nos interessa problematizar é que espaços são estes? Quais<br />
as ativida<strong>de</strong>s atribuí<strong>das</strong> a elas? Nesse caso, é notório que as configurações nesta<br />
instituição não são diferentes do que encontramos em outras. Assim como <strong>na</strong><br />
maioria <strong>das</strong> instituições <strong>de</strong> ensino, alg<strong>uma</strong>s áreas foram e seguem sendo mais<br />
ocupa<strong>das</strong> por <strong>mulheres</strong> e outras por homens. Essa “distribuição” <strong>de</strong> acordo com o<br />
sexo da pessoa caracteriza <strong>uma</strong> dinâmica pautada <strong>na</strong> reprodução da divisão sexual<br />
do trabalho, quando percebemos que em áreas <strong>das</strong> Ciências H<strong>uma</strong><strong>na</strong>s e Sociais há<br />
predominância femini<strong>na</strong> e <strong>na</strong>s Ciências Exatas e Engenharias, a predominância<br />
segue sendo masculi<strong>na</strong>.<br />
A divisão que po<strong>de</strong>mos observar <strong>na</strong>s universida<strong>de</strong>s é baseada <strong>na</strong> separação<br />
entre as gran<strong>de</strong>s áreas – esta divisão por si só já <strong>de</strong>termi<strong>na</strong> quem serão os agentes.<br />
Para as <strong>mulheres</strong> interessa<strong>das</strong> em a<strong>de</strong>ntrar neste universo alg<strong>uma</strong>s áreas estariam<br />
“abertas”, enquanto outras ainda resistem.<br />
Nesse sentido, po<strong>de</strong>mos afirmar que, apesar <strong>de</strong> a Universida<strong>de</strong> Tecnológica<br />
ter tido caminhos históricos diferentes dos <strong>de</strong> outras universida<strong>de</strong>s, a divisão que<br />
nela encontramos se <strong>de</strong>u <strong>na</strong> mesma lógica – a lógica da divisão sexual do trabalho<br />
que segrega e hierarquiza funções.<br />
Isso se comprova <strong>na</strong>quilo que chamamos quarta fase, que diz respeito<br />
especificamente aos primeiros anos da instituição como Universida<strong>de</strong> (<strong>de</strong> 2005 até<br />
os dias atuais).<br />
Nesse período observamos que o fenômeno da divisão sexual do trabalho<br />
se mantém: as <strong>mulheres</strong> são maioria nos <strong>de</strong>partamentos <strong>de</strong> Comunicação e<br />
Expressão e Línguas Estrangeiras Mo<strong>de</strong>r<strong>na</strong>s, além <strong>de</strong> encontrarmos a permanência<br />
em relação ao número <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong> num dos <strong>de</strong>partamentos que foi<br />
majoritariamente ocupado por <strong>mulheres</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sua criação, como é o caso do<br />
Desenho Industrial. Os homens, por sua vez, estão concentrados <strong>na</strong>s Ciências<br />
Exatas e Engenharias. Esta divisão é centenária – coloca<strong>das</strong> em comparação,<br />
enten<strong>de</strong>-se que as áreas <strong>de</strong> maior prestígio são ocupa<strong>das</strong> por eles e as menos<br />
valoriza<strong>das</strong> socialmente têm livre acesso para elas, mantendo a dicotomia histórica.