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desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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71<br />

A questão da separação ainda hoje é a<strong>na</strong>lisada por diversas teóricas,<br />

incluindo Kergoat e Hirata (2007). Para elas, a própria concepção <strong>de</strong> divisão sexual<br />

do trabalho pressupõe dois princípios:<br />

o da separação: existem trabalhos <strong>de</strong> homens e trabalhos <strong>de</strong> <strong>mulheres</strong>;<br />

o da hierarquização: os trabalhos dos homens valem mais que os <strong>das</strong><br />

<strong>mulheres</strong>.<br />

Esta concepção, portanto, ajuda <strong>na</strong> compreensão da dinâmica observada <strong>na</strong><br />

Ciência e <strong>na</strong> Tecnologia, campos que historicamente têm um maior número <strong>de</strong><br />

homens atuando. Destacamos <strong>de</strong>sses campos que há <strong>uma</strong> divisão inter<strong>na</strong> em<br />

relação a alg<strong>uma</strong>s áreas do conhecimento: <strong>uma</strong>s são reserva<strong>das</strong> à atuação<br />

masculi<strong>na</strong> e outras à femini<strong>na</strong>. O fato é que a separação <strong>de</strong> áreas se tor<strong>na</strong><br />

problemática a partir do momento que com ela vemos <strong>uma</strong> hierarquização que<br />

<strong>de</strong>termi<strong>na</strong> que as áreas reserva<strong>das</strong> aos homens têm necessariamente maior<br />

prestígio ou <strong>de</strong>staque do que as reserva<strong>das</strong> às <strong>mulheres</strong>. Além disso, <strong>de</strong>ntro <strong>das</strong><br />

áreas também há <strong>uma</strong> hierarquização que <strong>de</strong>sfavorece as <strong>mulheres</strong>, já que níveis<br />

mais altos acabam sendo ocupados recorrentemente por eles.<br />

Segundo Hirata (2002), no campo da tecnologia, <strong>das</strong> mudanças e inovações<br />

tecnológicas, percebe-se que não ocorrem as mesmas consequências sobre<br />

homens e <strong>mulheres</strong> (eles notadamente têm <strong>de</strong>staque ou privilégios), in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

se se tratam <strong>de</strong> países industrializados ou países em via <strong>de</strong> industrialização,<br />

pensando <strong>na</strong>queles como mão-<strong>de</strong>-obra pronta a aten<strong>de</strong>r ao mercado. Suas<br />

pesquisas apontam que, no âmbito da revolução informática 57 , permanece a relação<br />

diferenciada <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong> e dos homens com as tecnologias, e a qualificação (ou<br />

<strong>de</strong>squalificação) para utilização <strong>de</strong>ssas tecnologias está no centro da divisão sexual<br />

do trabalho (HIRATA, 2002). O que se percebe é que as novas tecnologias po<strong>de</strong>m<br />

reforçar a margi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> <strong>das</strong> <strong>mulheres</strong>. Um conjunto <strong>de</strong> fatores contribui para a<br />

reprodução <strong>de</strong>sta margi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ntre eles (SILVA, s.d., s.p.):<br />

Relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r e hierarquia entre homens e <strong>mulheres</strong>;<br />

57 Sobre o tema sugerimos os trabalhos da professora Clevi Ele<strong>na</strong> Rapkiewicz a respeito do mundo<br />

da informática ser ou não um âmbito <strong>de</strong> domínio masculino: RAPKIEWICZ, C. E. Informática: Domínio<br />

Masculino? Ca<strong>de</strong>rnos Pagu, v. 10, 1998, p. 169-200; RAPKIEWICZ, C. E. ; SEGRE, L. M. Novas<br />

tecnologias e a divisão sexual do trabalho, 1989; e RAPKIEWICZ, C. E. As novas fronteiras da<br />

<strong>de</strong>sigualda<strong>de</strong>: homens e <strong>mulheres</strong> no mercado <strong>de</strong> trabalho. São Paulo: Se<strong>na</strong>c, 2002.

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