desvelando a participação das mulheres na história de uma - UTFPR

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ofertados, disciplinas direcionadas a homens ou mulheres, enfim. Consideramos que
isto ocorria dentro das lógicas econômica e política do Brasil do século XX. Por outro
lado a interpretação desse período pode se dar justamente a partir da luta de
inúmeras mulheres em toda a história da Ciência e da Tecnologia, bem como
daquelas que lutaram pelo direito à educação e ao trabalho, favorecendo, portanto,
que estivéssemos representadas numa instituição feita para homens, voltadas à
educação profissional – campo de atuação novo para elas. Nossa conclusão, a partir
de todos os dados encontrados, é de que ela foi feita para homens, mas com a
participação de inúmeras mulheres – uma conquista das mulheres trabalhadoras em
educação, configurando por sua vez mecanismos de resistência e de transformação.
Todas as mulheres apresentadas neste trabalho representaram uma porta
aberta a todas aquelas que viriam nos anos seguintes de história da Escola. Em
grande parte dessa história elas estiveram presentes e representaram em média
30% do quadro docente geral.
A Escola nunca parou de crescer em termos de oferta de cursos, níveis de
ensino, corpos docente, discente e administrativo, só que infelizmente o número de
mulheres se manteve praticamente estagnado até nossos dias; o número só
ultrapassou a marca de 40% em 2010, quando já estava transformada em
Universidade. Estes números ratificam a afirmação da professora e pesquisadora da
UTFPR Sonia Ana L. Leszczynski (1996): seja sob o nome de Escola de Aprendizes
Artífices, Liceu Industrial do Paraná, Escola Técnica Federal do Paraná, Centro
Federal de Educação Tecnológica ou Universidade Tecnológica, esta instituição se
configurou sob suas áreas de excelência, que são as Engenharias, área que,
comprovado por várias pesquisas, historicamente é feita por homens para homens.
Para entender como se deu a dinâmica durante os 100 anos, a divisão que
propusemos em quatro fases teve como objetivo marcar momentos diferentes, com
o foco sobre a participação das mulheres.
Na primeira fase que vai do ano de 1909, criação da Escola, a 1936, quando
as mudanças no cenário federal promoveram reformulações, inclusive na
nomenclatura da Escola, é possível percebermos, conhecendo o histórico de cursos
ofertados na Escola neste seu primeiro período de funcionamento, que o número
pequeno de mulheres se justificou pelo fato, dentro da lógica apresentada aqui como
patriarcal, de haver somente algumas atividades nas quais elas poderiam atuar,