algumas caracterÃsticas Especiais do Processo Civil Sueco - Emerj
algumas caracterÃsticas Especiais do Processo Civil Sueco - Emerj
algumas caracterÃsticas Especiais do Processo Civil Sueco - Emerj
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
dade de incentivar as soluções alternativas de conflito, ten<strong>do</strong> em vista<br />
que determina<strong>do</strong>s tipos de litígio, pelas características que apresenta a<br />
jurisdição estatal, esta não se mostra apta a resolver com efetividade tais<br />
lides. Assim, por exemplo, em um conflito envolven<strong>do</strong> duas empresas<br />
transnacionais, com representação em diversos países, em que se discute<br />
a abrangência de cláusula contratual 13 . Os aspectos de litígios dessa<br />
natureza, principalmente em relação às regras de competência, podem<br />
criar embaraços para se definir qual órgão jurisdicional teria essa<br />
atribuição para julgar a causa, bem como a jurisdição de qual país teria<br />
essa competência, além de se verificar qual seria a legislação aplicável ao<br />
caso. A experiência demonstra que, em casos como esse, a arbitragem<br />
representa um instrumento mais adequa<strong>do</strong> para solucioná-lo, principalmente<br />
a arbitragem institucional, em que se tem uma organização <strong>do</strong>tada<br />
de representação em vários países 14 .<br />
Pense-se também na hipótese <strong>do</strong> litígio versar sobre matérias que<br />
envolvam aspectos técnicos de complexidade, em que o juiz, para solucionar<br />
o conflito, tenha que recorrer a um perito. Nestes casos, o árbitro<br />
sen<strong>do</strong> técnico nesta área de conhecimento poderá solucionar com mais<br />
precisão a controvérsia.<br />
Em outros casos, em que fica configura<strong>do</strong> o envolvimento emocional<br />
das partes, tais como os conflitos de família, méto<strong>do</strong>s de negociação<br />
e mediação surtirão um maior efeito <strong>do</strong> que a utilização da jurisdição nos<br />
seus moldes tradicionais 15 .<br />
Sem dúvida, o fomento à utilização <strong>do</strong>s meios alternativos de solução<br />
de conflitos pode contribuir de forma sensível para se alcançar a tão<br />
almejada satisfação <strong>do</strong>s interesses.<br />
3 – A ARBITRAGEM NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO<br />
A arbitragem não é instituto recente no direito processual brasileiro,<br />
aliás sequer no cenário jurídico mundial, na medida em que, como reconhece<br />
a <strong>do</strong>utrina especializada, antecedeu a forma jurisdicional-estatal<br />
de solução de conflitos no direito romano 16 .<br />
13 PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. “Mecanismos de solução alternativa de conflitos: <strong>algumas</strong> considerações<br />
introdutórias”. Revista dialética de direito processual, São Paulo, v. 17, p. 9-14, 2004, p. 10.<br />
14 PINHO, op. cit., p. 10<br />
15 Idem.<br />
16 TEIXEIRA, Sálvio de Figueire<strong>do</strong>. “A arbitragem no sistema jurídico brasileiro”. Revista <strong>do</strong> <strong>Processo</strong>, São Paulo, ano 22,<br />
v. 85, p. 190-199, jan./mar., 1997, p. 193; SANTOS, Francisco Cláudio de Almeida. “Considerações gerais sobre a arbitragem<br />
e seu reordenamento”. Revista <strong>do</strong> <strong>Processo</strong>, São Paulo, ano 22, v. 85, p. 200-211, jan./mar., 1997, p. 200.<br />
124<br />
R. EMERJ, Rio de Janeiro, v. 14, n. 54, p. 117-137, abr.-jun. 2011