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2. Protocolos e softwares<br />

junto com o mesmo, possibilitando sua transferência ao usuário e ainda permitindo que o<br />

mesmo seja modificado para atender seus propósitos. No modelo “proprietário”, é construída<br />

uma relação de dependência do usuário com a empresa. O usuário deve esperar o desenvolvimento<br />

e as atualizações do software pelo fabricante, segundo os interesses deste — o que significar<br />

ter que conviver com bugs, 52 por exemplo. Também fica sujeito aos condicionantes da<br />

licença, que pode restringir as liberdades do usuário com relação à utilização, à mudança de<br />

suporte ou ao tempo de uso. Ademais, uma vez que o código seja fechado, não há transparência<br />

com relação a o que faz o programa, possibilitando que informações privadas sejam transferidas<br />

à empresa ou mesmo a terceiros sem o conhecimento do usuário.<br />

As empresas de software proprietário frequentemente utilizam a estratégia da “obsolescência<br />

programada”, que é a determinação de quando um produto seu terá o ciclo de vida<br />

encerrado. Quando o fornecedor decide não dar mais continuidade em atualizações de segurança<br />

para um determinado produto, pode-se colocar em risco todo o ambiente caso alguma<br />

vulnerabilidade existente possa ser explorada. Isso torna praticamente impossível manter o<br />

software em uso por muito tempo. Desta maneira, os fornecedores de software proprietário<br />

determinam quando um cliente terá que adquirir uma atualização (ou upgrade), mesmo que<br />

não necessite de qualquer atualização ou nova funcionalidade. Essa estratégia obriga o usuário<br />

a ficar substituindo versões, mesmo que estas não apresentem qualquer funcionalidade adicional<br />

que seja relevante (Kuhn, 2011: 18). Outra estratégia utilizada é gerar arquivos que não<br />

podem ser abertos em versões antigas do software.<br />

Segundo o documento “Referência de Migração para Software Livre do Governo Federal”,<br />

elaborado pelo Grupo de Trabalho Migração para Software Livre, as principais razões<br />

para a adoção de Software Livre são: necessidade de adoção de padrões abertos para o<br />

Governo Eletrônico (e-Gov); nível de segurança proporcionado; eliminação de mudanças<br />

compulsórias que os modelos proprietários impõem periodicamente a seus usuários, em face à<br />

descontinuidade de suporte a versões; independência tecnológica; desenvolvimento de conhecimento<br />

local; possibilidade de auditabilidade dos sistemas, e independência de fornecedor<br />

único (GTMSL, 2004: 24).<br />

52 Segundo Kuhn, o software proprietário, por ser orientar numa estratégia de lucro, no caso de uma grande<br />

falha de segurança, sua tendência será de atualizar o software da maneira mais discreta possível (Kuhn,<br />

2011: 14).<br />

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