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2. Protocolos e softwares<br />

cidadão enfrenta para se libertar dos modelos de consumo impostos pelas corporações, assim<br />

como para superar condições estruturais — sociais, econômicas e mesmo culturais — que o<br />

cercam.<br />

Por isso, são válidas as várias estratégias descritas nesta parte, como promover a disseminação<br />

através de capacitação, usar a função indutora do Estado para estabelecer normas<br />

para uso de documentos em formatos <strong>livre</strong>s e abertos nas relações do/com o governo, planejar<br />

uma migração gradativa de sistemas, compartilhar soluções de SL, criar serviços de suporte<br />

robusto, ter o SL como base dos programas de inclusão digital, privilegiar soluções <strong>livre</strong>s em<br />

editais e licitações e estimular novos modelos de negócios baseados em SL e padrões abertos.<br />

Com um bom planejamento, essas propostas implementadas em conjunto podem alcançar um<br />

bom resultado.<br />

Cabe lembrar que a Declaração de Princípios da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da<br />

Informação afirma, no parágrafo 44 (grifo nosso):<br />

A padronização é um dos pilares essenciais da Sociedade da Informação. Deve haver especial<br />

ênfase no desenvolvimento e adoção de padrões internacionais. O desenvolvimento e uso de<br />

padrões abertos, interoperáveis, não-discriminatórios e orientados a demandas, que levem em<br />

conta as necessidades dos usuários e dos consumidores, é um elemento básico para o desenvolvimento<br />

e ampla difusão das TICs e para uma maior viabilidade econômica no acesso a estas<br />

tecnologias, particularmente nos países em desenvolvimento. Padrões internacionais se destinam<br />

a criar um ambiente onde os consumidores possam acessar serviços em qualquer parte do<br />

mundo, a despeito de quais sejam as tecnologias subjacentes. (WSIS, 2004)<br />

Há 10 anos, em Code: Version 2.0 — versão revisada de um influente livro publicado<br />

originalmente em 1999 —, Lawrence Lessig afirmava que a sociedade em rede é efetivada<br />

através de intermediários da comunicação humana. Em poucas palavras, quem controla o<br />

código, tem o poder. Para ele, programas, algoritmos, protocolos e padrões deveriam ser abertos,<br />

transparentes e plenamente auditáveis (Lessig, 2006). E nos últimos anos, a vigilância em<br />

massa e o poder desproporcional de corporações tornam cada vez mais necessárias essa transparência.<br />

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