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1. Infraestrutura e design<br />

mento dialoga com a cultura hacker, 43 pois ambos exploram a ideia de desconstruir, estudar e<br />

compartilhar as descobertas. 44<br />

1.7 Estímulo à educação e inovação com hardware aberto<br />

como política pública<br />

Além de sediar espaços maker e hacker (“hackerspaces”) 45 autogestionados, a cidade de<br />

São Paulo passará a contar com novos espaços públicos com a mesma filosofia. A prefeitura<br />

decidiu que deveria apoiar o movimento, criando espaços públicos para promover encontros e<br />

também oferecer cursos e oficinas à população mais carente. Para isso, foi desenhado um cronograma<br />

de abertura de 12 espaços denominados FabLabs, entre 2015 e 2016. Nos espaços<br />

são disponibilizados equipamentos como impressoras 3D, fresadoras, cortadoras a laser, kits<br />

de Arduinos, computadores, softwares de modelagem e criação, oferecendo uma excelente<br />

estrutura para o aprendizado maker ou hacker.<br />

O primeiro FabLab foi montado em 2001 no MIT pelo professor Neil Gershenfeld. Ele<br />

oferecia a disciplina How To Make (almost) Anything. A ideia de um FabLab é exatamente<br />

essa: um espaço onde qualquer coisa pode ser feita por qualquer pessoa. Obviamente que<br />

aquisição de equipamento representa um custo significativo, o que estimula a busca por espaços<br />

e soluções coletivas. Para poder fazer, adaptar e modificar com liberdade é necessário ter<br />

equipamentos que sigam os princípios do hardware <strong>livre</strong>; princípios, como vimos, opostos aos<br />

da grande indústria, baseada no segredo, na criação da dependência e na postura anticientífica<br />

– no sentido de não permitir auditar e reproduzir um experimento.<br />

43 No livro a Galáxia da Internet, Manuel Castells (2003) faz uma detalhada descrição de como surgiu a cultura<br />

hacker, sua relação com a contracultura dos anos 70 e 80 e seu papel no desenvolvimento da Arpanet, da<br />

Internet, assim como no (ciber)ativismo político.<br />

44 Conforme Himanen (2001) essa lógica é semelhante ao ideal da ciência, com compartilhamento aberto para<br />

verificabilidade, replicabilidade, liberdade de modificar para inovar, e em que a reputação individual é<br />

construída a partir daquilo que oferecido à comunidade.<br />

45 O site do Garoa Hacker Club de São Paulo lista cerca de 30 hackerspaces (Garoa, 2015a) com sede física e<br />

abertos ao públicos no Brasil e outros 20 em planejamento (Garoa, 2015b).<br />

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