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2. Protocolos e softwares<br />

Outras vantagens frequentemente lembradas do software <strong>livre</strong> são: o custo zero das<br />

licenças — o que, em grande escala, resulta em uma grande economia 53 —, estabilidade e<br />

transparência (pela existência de numerosas comunidades por trás de seu desenvolvimento, e<br />

por sua arquitetura desestimular aplicações maliciosas), por estimular a criatividade, sua eficiência<br />

de modo geral 54 e por ser eticamente melhor: seu desenvolvimento se dá de forma colaborativa<br />

e por uma comunidade com resultados disponíveis para todo o mundo, sem discriminações<br />

geográficas, de origem ou de renda.<br />

Por essa razão, o software <strong>livre</strong> conquistou milhões de pessoas e inspirou movimentos<br />

baseados na mesma lógica do compartilhamento em diferentes áreas. Um exemplo é o movimento<br />

chamado “cultura <strong>livre</strong>”, de artistas e autores alternativos — descontentes com a<br />

grande indústria —, ou de inovadores, que passaram a disponibilizar suas obras intelectuais<br />

nos termos das licenças Creative Commons 55 e muitas vezes diretamente para seu público.<br />

2.4 Políticas de software <strong>livre</strong><br />

O grande marco da promoção do software <strong>livre</strong> (SL) na administração pública foi a instituição,<br />

pelo governo federal, do Comitê Técnico de Implementação de Software Livre<br />

(CISL), em 2003. Antes disso, administrações do Partido dos Trabalhadores — como a do<br />

Governo do Estado do Rio Grande do Sul e a da Prefeitura Municipal de São Paulo — já estavam<br />

adotando gradualmente o software <strong>livre</strong>.<br />

O decreto de 29 de outubro de 2003 (Brasil, 2003a) instituiu oito comitês executivos do<br />

programa Governo Eletrônico, entre eles o CISL. Coordenado pelo Instituto Nacional de Tecnologia<br />

da Informação, o comitê passou a atuar como órgão central da política de software<br />

<strong>livre</strong> no âmbito do poder executivo federal.<br />

53 Na França, foram reduzidos em 40% os gastos com licenças desde que a guarda nacional mudou para<br />

GNU/Linux (EC, 2013). A Previdência Social do Governo Federal também economizou R$ 170 milhões<br />

com a mudança para software <strong>livre</strong> (Brasil, 2008)<br />

54 No software <strong>livre</strong>, por exemplo, não há o processamento do chamado “código-lixo”, que é a camada de<br />

informação colocada por cima do código-fonte pelas empresas no modelo proprietário para esconder o<br />

mesmo. Esse código-lixo faz a informação ocupar mais espaço dos computadores, consumindo mais tempo e<br />

energia para armazená-la, processá-la e transmiti-la. Também exige mais recursos de hardware, que em<br />

pouco tempo acaba sendo descartado, sendo por isso também danoso ao ambiente.<br />

55 Trata-se licenças de conteúdos artísticos ou culturais que flexibilizam o tradicional direito autoral,<br />

permitindo aos criadores conceder algumas liberdades a quem acessa tais obras, como redistribuir, modificar<br />

ou fazer usos comerciais, por exemplo.<br />

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