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2. Protocolos e softwares<br />

e social que o sustentasse, o projeto não teve êxito prático. O FLOK Society ou seus princípios<br />

sequer eram mencionados nos Planos Nacionais para el Buen Vivir de 2009‒2013,<br />

extenso documento de 520 páginas. Pode-se especular que ele não é citado por haver começado<br />

depois da elaboração do plano; no entanto, no segundo Plano, de 2013-2017, ele ou suas<br />

metas sequer são citados nas 602 páginas do documento (Ecuador, 2009 e 2013). A partir de<br />

aí, pode-se deduzir que o projeto não encontrava eco em outros setores do governo e estava<br />

longe de ser considerado uma de suas prioridades, embora as metas do FLOK exigissem uma<br />

grande coordenação de órgãos e agências públicas.<br />

Ainda que as razões de seu fracasso precisem ser melhor investigadas, o resultado do<br />

FLOK Society demonstra que em face à implementação de um plano muito ousado, encontram-se<br />

obstáculos e resistências de fundo cultural, legal e econômico. O que nos leva a deduzir<br />

que as transformações que projetos como o FLOK esperam fazer dependem de processos<br />

de desenvolvimento local, de autonomia, de organização social, participação e cooperação<br />

bem mais profundos para alcançarem resultados. Retomaremos esse tema na conclusão deste<br />

trabalho.<br />

2.7 A política de controle do código<br />

Em se tratando de software aberto, vimos ao longo dessa parte que Software <strong>livre</strong> tem<br />

óbvias vantagens sobre o software proprietário. E o governo brasileiro já vem, mesmo a passos<br />

lentos, desde 2003, implementando uma política de soluções, programas e serviços baseados<br />

em software <strong>livre</strong>. Desde a expansão massiva da internet, a discussão sobre formatos<br />

abertos e interoperabilidade ganhou força, ampliada pela definição de um padrão para dados<br />

abertos e a constituição de uma aliança de países para promovê-lo.<br />

No entanto, não é possível fazer previsões otimistas enquanto certos desafios ainda não<br />

forem superados. Conglomerados mediáticos, de editoras, gravadoras, indústria do cinema,<br />

indústria do software, todos eles querem manter seus prospectos de lucro através de um rígido<br />

controle de seus conteúdos — na verdade, produzidos por trabalhadores da cultura, muitas<br />

vezes mal remunerados (GPOPAI, 2010), que transferem a titularidade dos direitos autorais<br />

para essas empresas. Em sua maioria, essa indústria não tem qualquer interesse em apoiar<br />

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