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2. Protocolos e softwares<br />

Fonte: elaborado por <strong>Jorge</strong> <strong>Machado</strong> a partir dos dados do FLOSS Survey, 2013<br />

Pode se observar que “ganhar dinheiro” é apenas a 11 a razão indicada para desenvolver<br />

ou distribuir software <strong>livre</strong>. Isso indica duas coisas importantes; a primeira é que mesmo que<br />

ganhar dinheiro seja algo necessário e fundamental para qualquer profissional da área, ao participar<br />

de uma comunidade de software <strong>livre</strong> isso passa a ter uma importância secundária, pois<br />

aprender e compartilhar habilidades para superar desafios passa a ser a motivação principal.<br />

Segundo, o desenvolvimento do software <strong>livre</strong> funciona com base em comunidades de conhecimento<br />

aberto, numa lógica em que há pouco estímulo à simples busca de ganhar dinheiro,<br />

tão presente na lógica capitalista, baseada principalmente na competição e fracamente na colaboração.<br />

Não por acaso que “compartilhar conhecimentos e habilidades”, “participar do movimento<br />

do software <strong>livre</strong>”, contribuir por acreditar “que o software não deveria ser um produto<br />

proprietário” ou “participar de novas formas de colaboração” parecem ser muito mais empolgantes<br />

que “ganhar dinheiro”.<br />

West & O'Mahone (2008) realizaram um estudo em que buscaram comparar o papel da<br />

participação nas comunidades de código aberto patrocinadas por empresas em relação àquelas<br />

autônomas. A partir de uma análise comparativa dos 12 projetos de código aberto iniciado por<br />

patrocinadores corporativos como IBM, Netscape, Apple e Sun Microsystem.<br />

Ao analisar as comunidades que eram patrocinadas pelos interesses das empresas, West<br />

& O'Mahone descobriram que os projetos de tais empresas eram mais propensos a oferecer<br />

transparência do que acessibilidade e que isso tinha implicações para o crescimento de tais<br />

comunidades (West & O'Mahone, 2008).<br />

Em ambos casos o acesso ao código é garantido pela licença de SL. Por tal razão, em<br />

ambos grupos, se via um alto grau de transparência no acesso ao código. Ainda que tanto<br />

empresas e comunidades autônomas de desenvolvimento procurem incentivar a disseminação<br />

do código de seus projetos, o objetivo primário de um patrocinador corporativo é lucrar com<br />

seu investimento, enquanto o da comunidade de SL é melhorar sua capacidade de compartilhar<br />

conhecimento e tecnologia (West & O'Mahone, 2008: 14). Para ganhar o interesse de uma<br />

comunidade de colaboradores, as empresas patrocinadoras necessitam ter transparência em<br />

sua participação. As comunidades patrocinadas diferem das autônomas devido ao poder de<br />

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