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tese-livre-docencia-Jorge-Machado

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4. “Open” como política — considerações finais<br />

De forma transversal às demandas específicas das comunidades open, pode se abordar<br />

as seguintes políticas que promovam o acesso <strong>livre</strong>/aberto a conhecimentos produzidos com<br />

recursos públicos: adoção de licenças de conteúdos mais flexíveis — que permitam ao menos<br />

reuso e distribuição <strong>livre</strong> — para todos os conteúdos produzidos ou financiados por entes<br />

públicos; fomento ao uso e reuso de informação pública para promover o empreendedorismo<br />

e novas oportunidades sociais e econômicas; publicar informação em formatos e protocolos<br />

abertos, de modo a não obrigar usuários a depender de empresas para abrir ou editar arquivos;<br />

disseminação de repositórios públicos para abrigar e distribuir com eficiência informação<br />

catalogada e indexada de acordo com os critérios do Open Archives Initiative, dando a ela<br />

ampla visibilidade; garantir de forma pró-ativa o acesso a toda informação pública sob a qual<br />

não pese nenhuma restrição legal razoável; uso de hardwares, plataformas, padrões e protocolos<br />

que sejam abertos, promovendo uma cultura de abertura, transparência e transferência de<br />

conhecimento; investimento em capacitação e suporte para adoção de tecnologias <strong>livre</strong>s e<br />

abertas; promoção das práticas de colaboração e compartilhamento em toda a administração<br />

pública e inclusive com a população, de modo a promover difusão do conhecimento, inovação<br />

social e fomentar a cultura colaborativa nas novas gerações; criação de um arcabouço jurídico,<br />

legal e institucional que sustente tais práticas; criação de espaços comunitários para<br />

encontro, aprendizado tecnológico crítico e compartilhamento baseado no uso do hardware<br />

<strong>livre</strong>, como FabLabs e Hackerspaces, assim como a criação de laboratórios interdisciplinares<br />

em escolas e universidades; e, com apoio das TICs, promover a participação social, a defesa e<br />

garantia de direitos, a redução das desigualdades sociais, o combate ao preconceito e discriminação,<br />

a inclusão de minorias e novas abordagens a partir da perspectiva de gênero.<br />

O projeto FLOK Society trouxe um importante aprendizado. Não se pode construir uma<br />

política, por mais progressista que seja, sem uma base social e cultural que a sustente. Também<br />

ensina que as transformações devem ser graduais e adaptadas a cada contexto. As melhores<br />

políticas são aquelas construídas pelas próprias comunidades que vivenciam a realidade,<br />

compartilham conhecimentos e buscam construir soluções para seus próprios problemas. Por<br />

isso, há que fomentar uma opinião pública que respalde tais transformações e que gere um<br />

pensamento crítico que possa se traduzir por ações graduais na direção da construção de uma<br />

sociedade mais aberta. Há que fortalecer, nesse sentido, a criação daquilo que Putnam chama<br />

de “comunidades cívicas”, em que as pessoas se veem unidas por relações de reciprocidade e<br />

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