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2. Protocolos e softwares<br />

A linguagem padrão da web foi definida como a marcação de hipertexto (html). Logo<br />

surgiriam novos padrões e protocolos abertos que ampliariam o potencial da interface web. A<br />

distribuição aberta dos códigos-fonte possibilitou que qualquer um pudesse desenvolver<br />

novos programas e descobrir novas aplicações. Com o tempo, os padrões abertos da internet<br />

passaram a acolher uma enorme diversidades de conteúdos, ao passo que novos padrões de<br />

arquivos foram sendo desenvolvidos de maneira aparentemente anárquica pelas comunidades<br />

que se formavam em seu entorno.<br />

Com a criação da interface web, a internet passaria de 727 mil hosts (servidores conectados),<br />

em janeiro de 1992, a 14 milhões, em janeiro de 1996 (IETF, 1992; ISC, 2016) — um<br />

crescimento de 2 000%. Com o notável aumento do contingente de usuários e cada vez mais<br />

numerosas pequenas contribuições de pesquisadores e usuários do mundo todo, a internet foi<br />

se desenvolvendo em um ritmo acelerado. O Mosaic foi o primeiro programa padrão para<br />

navegar na Web — antes dos conhecidos Netscape e Explorer. Ele foi projetado e distribuído<br />

como software <strong>livre</strong> em 1992 por estudantes do National Center of Supercomputing Applications,<br />

em Illinois, EUA. Os protocolos principais da internet, chamados TCP/IP, são distribuídos<br />

com seu código-fonte aberto desde que foram criados, em meados da década de 1970. O<br />

desenvolvimento da Internet foi acelerado pela existência dessa arquitetura aberta e de <strong>livre</strong><br />

acesso em sua base.<br />

Cabe ressaltar que a internet com seus padrões abertos não teve origem no mundo corporativo,<br />

mas em instituições governamentais e centros de pesquisa de vários países — com<br />

base no trabalho colaborativo de comunidades acadêmicas, hackers e entusiastas, num ambiente<br />

de inovação aberta. A maior parte dos protocolos da internet foi desenvolvido por três<br />

estudantes de pós-graduação da Universidade da Califórnia — Jon Postel, Vint Cerf e Stephen<br />

Crock —, em um trabalho de faculdade. Ainda inseguros quanto a suas ideias, eles postavam<br />

suas criações nas redes de pesquisa da IPTO através de memorandos chamados de “solicitação<br />

de comentários” (os conhecidos RFCs, ou “requests for comments”): comunicações simples,<br />

informais e diretas (Castells, 2003: 25). Eles são dirigidos à comunidade de interessados,<br />

visando oferecer uma solução técnica para um problema existente. Os RFCs hoje formam a<br />

parte mais essencial do desenvolvimento técnico da rede mundial, sob a supervisão da IETF<br />

(Internet Engineering Task Force). A princípio qualquer pessoa pode elaborar um RFC. Se<br />

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