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3. Conteúdos<br />

mereceu até críticas do ex-ministro da Reforma do Estado do Governo Fernando Henrique<br />

Cardoso, Bresser Pereira (Bresser, 2014).<br />

Existem uma série de estudos sobre a emergência de instituições participativas no Brasil<br />

e na America Latina (Dagnino, 2002; Wamples, 2007, Baiocchi, 2005, Avritzer, 2012). O<br />

orçamento participativo, as conferências nacionais constituem exemplos do Brasil para o<br />

mundo. No entanto, o país ainda experimenta um deficit de participação social que se reflete<br />

em instabilidade política, tensões sociais, baixo accountability político e enfraquecimento nas<br />

instituições da democracia representativa.<br />

No Brasil, práticas mais participativas na gestão pública esbarram nas limitações da cultura<br />

política, marcadas por suas tradições estatistas, centralizadoras, patrimonialistas e por<br />

padrões de relação clientelistas, meritocráticos (Jacobi, 2003) e ainda pela prevalência de<br />

ramificações de interesses criados entre alguns atores da Sociedade e o Estado.<br />

A insatisfação pela deterioração ou a falta de melhoria nos níveis de qualidade de vida,<br />

sem canais efetivos onde estes possam ser explicitados combinada com um deficit de participação<br />

social em processos políticos institucionalizados, assim como a ausência de atores relevantes<br />

da sociedade civil no campo político podem resultar em crise de legitimidade e de<br />

governabilidade (Jacobi, 2003). O contrário disso, uma participação social mais ampla através<br />

de uma grande diversidade institucional — seja do executivo, legislativo, judiciário ou ministério<br />

público — fortalecem a democracia e o accountability político.<br />

Mas maior parte dos processos ditos participativos ainda deixar a desejar no que se<br />

refere à possibilidade de fazer que o cidadão se torne de fato um protagonista ativo, que opina<br />

e é ouvido, que vota e que decide. Se observarmos o diagrama 174 elaborado pela Associação<br />

Internacional para a Participação Pública (IAP2), onde são colocadas numa linha os diferentes<br />

níveis de participação num processo político, vemos que dificilmente aquilo que é chamado<br />

de “participação social” vai além de informar o cidadão. É raro são os processos participativos<br />

que chegam ao ponto de empoderar o cidadão. Na maioria dos casos vão até a etapa da consulta,<br />

caracterizando assim como sendo entre baixo e médio engajamento.<br />

174 Ver quadro ampliado (em inglês): https://www.iap2.org.au/documents/item/84<br />

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