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3. Conteúdos<br />

quisa acadêmicos, movimentos sociais e a UNE. Intitulado “Direito Autoral em Debate” 118 , o<br />

documento não apenas introduzia os problemas da legislação do direito autoral como continha<br />

propostas de reforma, tais como: inclusão de novas formas de uso de obras possibilitadas<br />

pelas novas tecnologias; permissão do uso das obras para fins educacionais, culturais e científicos;<br />

a reprodução das obras para fins de proteção do patrimônio cultural; mecanismos que<br />

garantam a expansão do acervo em domínio público; garantia da cópia privada para o próprio<br />

uso; garantias de proteção aos autores em sua relação com os intermediários culturais<br />

(RRLDA, 2010:22).<br />

Esses dois documentos constituíram possivelmente as mais significativas manifestações<br />

políticas e sociais na história dos direitos autorais no Brasil, que outrora nunca tinham sido<br />

objeto de um debate público tão amplo. Eles também foram resultado de uma situação contextual<br />

bastante paradoxal: uma legislação de direito autoral obsoleta, em total descompasso com<br />

a ambiente digital. Guilherme Carbone, um dos maiores especialistas em direito autoral no<br />

Brasil, sintetiza com clareza a situação. Para ele, a LDA, de 1998, “procurou apenas transportar<br />

para as obras digitais os mesmos conceitos de direito de autor tradicionalmente aplicados<br />

às obras analógicas, quando, na verdade, o funcionamento do direito autoral analógico se contrapõe<br />

à ética criada pela própria tecnologia digital”. (Carbone, 2010).<br />

A Reforma na Lei é defendida por acadêmicos especialistas em direitos autorais que<br />

participaram do Fórum promovido pelo MinC, como Allan Rocha de Souza e Leandro Mendonça<br />

(Souza & Mendonça, 2012), Wachowicz e Pereira Santos (2010).<br />

3.4.1 Reforma suspensa<br />

Mesmo tendo sido anunciada como uma das prioridades da MinC desde 2006, por pressões<br />

diversas, a reforma da LDA, acabou não acontecendo. Em 2011, com a saída do Ministro<br />

da Cultura, Juca Ferreira, que era favorável as pautas dos movimentos de “cultura <strong>livre</strong>” e a<br />

entrada da ministra Ana de Holanda, a reforma perdeu sua força. Uma das primeiras medidas<br />

da ministra Ana de Holanda — cujo mandato contou com apoio de entidades de arrecadação<br />

118 As organizações afirmavam no final do documento defender “a democratização do acesso à informação, ao<br />

conhecimento e à cultura, de forma a garantir que os conhecimentos produzidos pela humanidade possam<br />

subsidiar processos emancipatórios, transformadores de nossa realidade local e global, garantindo justiça<br />

social em nosso país” (RRLDA, 2110: 22).<br />

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