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O EU ÍNTIMO E O EU SOCIAL NA POESIA DE BUENO DE RIVERA

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Heidegger que o homem, angustiado pela consciência de ser-para-a-morte, atingirá o grau de<br />

ser-com-os-outros, o mais alto grau da transcendência havida no homem, quando ele teria<br />

consciência de si no mundo. Rivera, partindo de uma análise do seu próprio íntimo, busca, na<br />

angústia do existir, uma saída dessa situação conflitante em que se encontra, em uma<br />

incessante tentativa de passagem do Dasein para o ser-com. É essa busca o que já está por nós<br />

proposto desde o título deste trabalho, não passando o poeta mineiro do eu íntimo ao fator<br />

social de modo definitivo, mas oscilando entre um e outro, numa constante procura de<br />

transcender-se.<br />

É ainda nesse tópico que iremos interpretar o que para Rivera representa o ser, ou<br />

como este está inserido em seus poemas, tendo por base a questão do ser levantada por<br />

Heidegger, além da tristeza e da finitude humanas. Os princípios heideggerianos, sendo<br />

comprovados por pensadores outros, como Ernildo Stein, Gianni Vattimo, Mafalda de Faria<br />

Blanc, Robert Olson e outros, irão nortear, de maneira segura, o nosso pensamento acerca da<br />

preocupação tida por Rivera em relação à existencialidade. Desse modo, esse capítulo<br />

apresentará um pressuposto ao surgimento de questionamentos sobre humanismo e ontologia,<br />

que abrem a discussão e permitem que toda a pesquisa por nós almejada se encaminhe nessa<br />

perspectiva.<br />

O terceiro capítulo do nosso trabalho já vai estar mais voltado para uma análise<br />

hermenêutica dos poemas, em que procuraremos detectar e comprovar a utilização feita pelo<br />

escritor de elementos que irão aparecer em toda a sua produção poética como instrumentos<br />

que o levarão a atingir a autotranscendência, tanto como uma solução egocêntrica, tendo esta<br />

“por objetivo o aperfeiçoamento do sujeito que se autotranscende”, 7 quanto filantrópica, em<br />

que “o seu objetivo é o aperfeiçoamento da comunidade, da humanidade”. 8<br />

Tais elementos, palavras recorrentes na poesia de Rivera, os quais são quatro por<br />

nós supostos, formam os subtópicos do referido capítulo, que são: a latência da água, o olho,<br />

o boi e as flores, cada um com sua especificidade dentro do projeto literário do poeta.<br />

Para a realização desse intento, buscaremos subsídios necessários no método<br />

intuitivo de Henri Bergson, que desenvolveu um estudo sobre as imagens mentais formadas<br />

no ser humano e sua ligação com a memória. Tentaremos entender o porquê da perscrutação<br />

íntima a que Rivera sempre se submete, como quando da utilização do “olho consciência”,<br />

elemento enigmático que persegue o eu lírico e o vigia constantemente, ou o porquê dessas<br />

7 MONDIN, Batista. Introdução à filosofia. p. 65<br />

8 Ibidem, p. 65<br />

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