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O EU ÍNTIMO E O EU SOCIAL NA POESIA DE BUENO DE RIVERA

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inserido. Antes disso, ele foi um poeta eclético, que, trabalhando o hermetismo em sua poesia,<br />

soube praticá-lo justamente em um momento em que a literatura tendia para o materialismo.<br />

Analisando cronologicamente a poesia de Rivera, somos capazes de afirmar ser<br />

ele, indubitavelmente, modernista e pertencente à terceira fase do referido movimento<br />

estético-literário, também conhecida como Geração de 45. Surgiu no cenário mineiro,<br />

ganhando fama nacional a partir de contato travado com Vinícius de Moraes, que em 22 de<br />

setembro de 1943<br />

[...] escrevia a Bueno de Rivera dizendo que gostaria de encaminhar os poemas do<br />

então desconhecido poeta mineiro para uma editora e que pedia autorização para<br />

publicá-los na seção “Vamos ler”, que mantinha no suplemento de “A Manhã”,<br />

pois “nela já saíram o Lêdo Ivo, um novo de Alagoas, e proximamente sairá o João<br />

Cabral de Melo Neto, esse já com um livro publicado em Pernambuco, mas que não<br />

é conhecido senão por poucos” (MPBR, p. 07)<br />

Recebendo posteriormente um convite de Mário de Andrade para com este jantar,<br />

consegue afinal a tão sonhada publicação do seu primeiro livro de poesia que recebeu o nome<br />

de Mundo submerso, ganhando rápida notoriedade no cenário nacional e um respeito<br />

considerável da crítica de sua época.<br />

Observando as classificações dadas para a divisão da literatura moderna, temos a<br />

que mais se firmou no contexto literário, defendida por vários críticos, dentre eles Afrânio<br />

Coutinho, de que “a essas fases correspondem gerações, que influem umas sobre as outras: as<br />

de 22, 30 e 45”. 36 Outras definições mais poderiam ser evidenciadas, como a de Antonio<br />

Candido, que, dividindo a literatura do século XX em três etapas, vem dizendo que “a<br />

primeira vai de 1900 a 1922, a segunda de 1922 a 1945 e a terceira começa em 1945”; 37 ou<br />

mesmo a “primitiva designação de Tristão de Athaíde, neomodernismo”, 38 dada para a<br />

literatura surgida a partir de 1945.<br />

Apesar de cada um deles defender um determinado ponto de vista em relação ao<br />

surgimento dos grupos literários, todos eles convergem em um ponto: em 1945 se evidencia<br />

um novo tipo de fazer literário que, não se desvinculado do que se fazia desde o advento da<br />

Semana de Arte Moderna, procurou, de qualquer forma, manter uma tendência para o<br />

intelectualismo e voltar para o agudo senso de medida conscientemente esquecido desde a<br />

primeira fase modernista, “reivindicando uma volta à disciplina e à ordem, à reflexão e ao<br />

36 COUTINHO, Afrânio. A literatura no Brasil. v. 5. p. 44<br />

37 CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade. p. 112<br />

38 COUTINHO, Afrânio. Op. cit. p. 44<br />

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