23.04.2013 Views

Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br

Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br

Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Introdução<<strong>br</strong> />

DESENVOLVIMENTO E CIDADES NO BRASIL<<strong>br</strong> />

Contribuição para o Debate so<strong>br</strong>e as Políticas Territoriais<<strong>br</strong> />

Pensando a política nacional de habitação para<<strong>br</strong> />

adversidade das famílias e dos município <strong>br</strong>asileiros<<strong>br</strong> />

Maria Angela de Almeida Souza 1<<strong>br</strong> />

A intervenção do Estado na questão habitacional decorre, em todas as sociedades,<<strong>br</strong> />

da in<strong>com</strong>patibilidade entre o custo da habitação e a capacidade de pagamento das famílias<<strong>br</strong> />

que necessitam ter acesso à moradia para viver nas cidades. Por se tratar do bem de consumo<<strong>br</strong> />

essencial de maior custo, a habitação requer o fracionamento do seu valor de consumo,<<strong>br</strong> />

seja por meio do aluguel, seja por financiamento de longo prazo, para viabilizar o seu<<strong>br</strong> />

acesso por parte das famílias de baixo poder aquisitivo.<<strong>br</strong> />

Nos países de capitalismo avançado, o acesso à moradia se processa predominantemente<<strong>br</strong> />

pela via do livre mercado ou das políticas públicas para o setor. No <strong>Brasil</strong>, <strong>com</strong>o em<<strong>br</strong> />

outros países da periferia capitalista, grande parte do acesso à moradia se processa às<<strong>br</strong> />

margens do mercado formal. Segundo Moraes (2008), na América Latina e Caribe, mais de<<strong>br</strong> />

134 milhões de pessoas vivem em assentamentos precários, dos quais 40% se encontram<<strong>br</strong> />

concentrados <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, o que significa que cerca de 52,3 milhões de pessoas (30% da<<strong>br</strong> />

população <strong>br</strong>asileira) vivem em assentamentos precários, sem condições de acesso a uma<<strong>br</strong> />

moradia adequada.<<strong>br</strong> />

O processo de urbanização <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> é marcado por um grave quadro de desigualdades<<strong>br</strong> />

socioeconômicas, que alia modernização e crescimento a realidades de exclusão<<strong>br</strong> />

social expressas em uma extensa produção doméstica ilegal das cidades e da moradia. Em<<strong>br</strong> />

2000, as cidades a<strong>br</strong>igavam 81,2% da população do país, 85% dos po<strong>br</strong>es moravam nas<<strong>br</strong> />

cidades e mais de 1/3 dos po<strong>br</strong>es urba<strong>no</strong>s estavam concentrados nas 10 principais regiões<<strong>br</strong> />

metropolitanas (Moraes, 2008).<<strong>br</strong> />

Moradia digna é um direito social assegurado pela Constituição <strong>br</strong>asileira. Portanto,<<strong>br</strong> />

cabe ao Estado garantir o bem-estar de todos os cidadãos e, <strong>no</strong> tocante à questão<<strong>br</strong> />

1 Professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo e do Programa de Pós-Graduação em <strong>Desenvolvimento</strong> Urba<strong>no</strong> da<<strong>br</strong> />

Universidade Federal de Pernambuco e coordenadora do Observatório das Metrópoles Pernambuco.<<strong>br</strong> />

117

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!