Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br
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DESENVOLVIMENTO E CIDADES NO BRASIL<<strong>br</strong> />
Contribuição para o Debate so<strong>br</strong>e as Políticas Territoriais<<strong>br</strong> />
descentralização do crescimento urba<strong>no</strong> para áreas não metropolitanas; iii) uma <strong>no</strong>va conjuntura<<strong>br</strong> />
da questão social, ao incorporar ao debate a questão ambiental; e iv) a redefinição<<strong>br</strong> />
do papel econômico do Estado, valorizando ainda mais as relações de mercado. Tais mudanças<<strong>br</strong> />
impactam fortemente so<strong>br</strong>e a dinâmica e a organização dos espaços municipais que<<strong>br</strong> />
ficam cada vez mais <strong>com</strong>plexas e não podem ser <strong>com</strong>preendidas se não consideramos<<strong>br</strong> />
integradamente os processos espaciais em diferentes escalas, <strong>no</strong>s aspectos socioeconômicos,<<strong>br</strong> />
físico-territoriais e nas <strong>com</strong>plementaridades e articulações das relações urba<strong>no</strong>-rurais.<<strong>br</strong> />
Santos (1993), Silva (2002), Veiga (2006), dentre outros autores, identificam a<<strong>br</strong> />
configuração de <strong>no</strong>vas inserções da eco<strong>no</strong>mia para além das atividades agrárias e da urbanização<<strong>br</strong> />
geográfica. O consumo do espaço depende de relações mais fluidas, por vezes<<strong>br</strong> />
globalizadas, e se generaliza sem permitir claras delimitações. Territórios mais ou me<strong>no</strong>s<<strong>br</strong> />
conectados a esses processos podem incluir tanto a área urbana quanto os espaços rurais.<<strong>br</strong> />
Por isso, a velha oposição cidade-campo deixa de ter sentido dos pontos de vista social e<<strong>br</strong> />
econômico.<<strong>br</strong> />
No contexto da <strong>no</strong>va política de desenvolvimento urba<strong>no</strong>, uma atenção especial<<strong>br</strong> />
deve ser dada às áreas periurbanas. Os territórios periurba<strong>no</strong>s são os mais impactados pela<<strong>br</strong> />
desarticulação, so<strong>br</strong>eposição ou ausência de políticas territoriais. Por serem hí<strong>br</strong>idos seus<<strong>br</strong> />
usos e ocupação do solo, ora urba<strong>no</strong>s, ora agropecuários, exibem uma <strong>com</strong>plexidade que<<strong>br</strong> />
exige uma estreita coordenação entre as estratégias de desenvolvimento urba<strong>no</strong> e as estratégias<<strong>br</strong> />
de desenvolvimento territorial. Asencio (2005, sp.) elenca algumas características<<strong>br</strong> />
dessas áreas:<<strong>br</strong> />
Podem ser condutores, zonas de passagem que canalizam os movi-<<strong>br</strong> />
mentos do rural para o urba<strong>no</strong> e do urba<strong>no</strong> para o rural; portanto,<<strong>br</strong> />
podem ser entrepostos de distribuição; podem corresponder a zonas<<strong>br</strong> />
de influência de uma área urbana policêntrica, cercada por uma zona<<strong>br</strong> />
produtiva; Podem ser zonas adequadas à implantação de grandes equi-<<strong>br</strong> />
pamentos industriais e <strong>com</strong>erciais; podem ser filtros que regulam as<<strong>br</strong> />
relações entre o rural e o urba<strong>no</strong>; portanto, são zonas de preservação<<strong>br</strong> />
de ativos ambientais e produtivos; são zonas recreativas e de lazer<<strong>br</strong> />
frente ao aumento das demandas de solo para esses usos; são<<strong>br</strong> />
receptoras dos excedentes populacionais, tanto urba<strong>no</strong>s quanto agrí-<<strong>br</strong> />
colas; são zonas onde a expansão urbana está fortemente limitada