Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br
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DESENVOLVIMENTO E CIDADES NO BRASIL<<strong>br</strong> />
Contribuição para o Debate so<strong>br</strong>e as Políticas Territoriais<<strong>br</strong> />
(PPA) e o planejamento governamental de longo prazo. No estudo, o território é<<strong>br</strong> />
considerado instrumento central, <strong>com</strong>o um guia capaz de orientar uma ação pública<<strong>br</strong> />
coordenada e de ajudar a superar as graves iniqüidades econômicas e sociais do<<strong>br</strong> />
País, solucionando entraves ao desenvolvimento nacional.<<strong>br</strong> />
2. Reflexão acerca das orientações das políticas territoriais contemporâneas<<strong>br</strong> />
Nessa multiplicidade, aninham-se orientações diversas que expressam contradições<<strong>br</strong> />
quanto aos objetivos das políticas territoriais. Há embates em curso, implícitos ou explícitos,<<strong>br</strong> />
que podem ser identificados <strong>no</strong>s textos oficiais e nas posições dos sujeitos envolvidos<<strong>br</strong> />
na elaboração e implantação dessas políticas: os próprios ministérios, <strong>com</strong> suas tradições<<strong>br</strong> />
técnicas, alianças políticas, e suas relações <strong>com</strong> os Poderes Legislativo e Judiciário; os<<strong>br</strong> />
estados e municípios, <strong>com</strong> suas preocupações de financiamento e de legitimação pelas<<strong>br</strong> />
sociedades locais; as representações da sociedade civil em conferências, conselhos e instâncias<<strong>br</strong> />
participativas; o empresariado interessado <strong>no</strong> direcionamento dos investimentos<<strong>br</strong> />
públicos; a <strong>com</strong>unidade acadêmica produtora de insumos para as citadas políticas. Tentar<<strong>br</strong> />
reconhecer <strong>com</strong>o esses diversos interesses se organizam para defender as orientações de<<strong>br</strong> />
políticas territoriais é um grande desafio, so<strong>br</strong>etudo se se considera que uma determinada<<strong>br</strong> />
orientação tomada na escala nacional pode ser profundamente modificada quando se<<strong>br</strong> />
“geograficiza” na escala local, em que o resultado das alianças pode ser bastante diferente.<<strong>br</strong> />
De modo a contribuir para o entendimento dos desafios postos na orientação das<<strong>br</strong> />
múltiplas políticas territoriais em elaboração/implantação, alguns dilemas contemporâneos<<strong>br</strong> />
devem ser ressaltados.<<strong>br</strong> />
As políticas territoriais oscilam entre uma orientação que assume <strong>com</strong>o principal<<strong>br</strong> />
objetivo o crescimento econômico, prevendo <strong>com</strong>pensações sociais para os segmentos não<<strong>br</strong> />
beneficiados por esse crescimento, e outra orientação que faz do desenvolvimento social e<<strong>br</strong> />
do incremento da coesão social os sustentáculos do próprio crescimento econômico. Em<<strong>br</strong> />
geral, os textos oficiais e os discursos procuram associar ambas as dimensões, ao <strong>com</strong>binarem<<strong>br</strong> />
crescimento econômico e redução das desigualdades. Mas, cabe ao analista reconhecer<<strong>br</strong> />
que o dilema existe e discrimina fortemente as políticas territoriais. Assim, as políticas<<strong>br</strong> />
territoriais do “<strong>Brasil</strong> em Ação” da década de <strong>no</strong>venta procuravam identificar eixos de<<strong>br</strong> />
desenvolvimento capazes de articular a eco<strong>no</strong>mia <strong>br</strong>asileira, em setores <strong>com</strong>petitivos, <strong>com</strong><<strong>br</strong> />
a eco<strong>no</strong>mia mundial. Com esse objetivo, <strong>no</strong> Nordeste, destacaram-se o litoral para investimentos<<strong>br</strong> />
turísticos, as áreas de fruticultura irrigada e a expansão da produção de grãos (soja)<<strong>br</strong> />
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