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Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br

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DESENVOLVIMENTO E CIDADES NO BRASIL<<strong>br</strong> />

Contribuição para o Debate so<strong>br</strong>e as Políticas Territoriais<<strong>br</strong> />

espaço necessário para a divisão de trabalho que conduz ao progresso técnico, a ausência<<strong>br</strong> />

de cidades em partes consideráveis do território nacional também está associada a essa<<strong>br</strong> />

especialização da eco<strong>no</strong>mia <strong>br</strong>asileira na produção de bens primários para exportação determinada<<strong>br</strong> />

pelos desígnios do colonizador. Ao a<strong>com</strong>panharem e darem forma à divisão<<strong>br</strong> />

entre países e regiões centrais e periféricos, o sentido e a distribuição do fenôme<strong>no</strong> urba<strong>no</strong><<strong>br</strong> />

<strong>no</strong> território são também desiguais. As cidades, <strong>no</strong> conceito defendido <strong>no</strong> presente estudo,<<strong>br</strong> />

são concentrações geográficas de população e recursos acumulados <strong>no</strong> tempo, porque o<<strong>br</strong> />

investimento ganha eficiência ao ser implementado de forma concentrada, em função de<<strong>br</strong> />

eco<strong>no</strong>mias de escala e aglomeração. A capacidade de i<strong>no</strong>vação, o investimento e a população<<strong>br</strong> />

mais qualificada vão se concentrar nas grandes cidades e metrópoles, <strong>no</strong>s níveis mais<<strong>br</strong> />

elevados da rede urbana, ou <strong>no</strong>s demais pontos vantajosos do território para a maximização<<strong>br</strong> />

do lucro e do crescimento. Só que essa tendência ao desequilí<strong>br</strong>io da rede urbana é tanto<<strong>br</strong> />

maior quanto me<strong>no</strong>s desenvolvidas forem a região e a cidade que a polarizam, justo porque<<strong>br</strong> />

a me<strong>no</strong>r renda média e a pouca importância atribuída às <strong>com</strong>petências i<strong>no</strong>vativas da população<<strong>br</strong> />

forçam a concentração ainda maior dos investimentos e serviços <strong>no</strong>s poucos núcleos<<strong>br</strong> />

superiores da rede urbana. Nos países e regiões subdesenvolvidos, essa é, portanto,<<strong>br</strong> />

dendrítica, isto é, acentuadamente desequili<strong>br</strong>ada, exageradamente concentrada <strong>no</strong> topo da<<strong>br</strong> />

hierarquia de cidades, carente de níveis hierárquicos intermediários (as chamadas “cidades<<strong>br</strong> />

médias”) e povoada de grande número de peque<strong>no</strong>s núcleos de população desprovidos dos<<strong>br</strong> />

serviços e funções urba<strong>no</strong>s necessários à reprodução satisfatória da sociedade e da eco<strong>no</strong>mia.<<strong>br</strong> />

Além da exagerada concentração de <strong>com</strong>petências i<strong>no</strong>vativas nas maiores cidades,<<strong>br</strong> />

a rede urbana desequili<strong>br</strong>ada o<strong>br</strong>iga as populações de países me<strong>no</strong>s desenvolvidos, continentais<<strong>br</strong> />

e de passado colonial, <strong>com</strong>o o <strong>Brasil</strong>, a percorrerem grandes distâncias, muitas<<strong>br</strong> />

vezes de forma bastante pe<strong>no</strong>sa (<strong>com</strong>o <strong>no</strong> caso extremo dos habitantes da floresta amazônica),<<strong>br</strong> />

para terem acesso a serviços em geral. Assim, a excessiva concentração de população<<strong>br</strong> />

e de investimentos em poucas cidades leva ao desperdício de partes consideráveis do<<strong>br</strong> />

território e de indivíduos talentosos que não conseguem desenvolver-se na ausência de<<strong>br</strong> />

infraestruturas e políticas sociais básicas, especialmente de educação. O frágil sistema<<strong>br</strong> />

urba<strong>no</strong> bloqueia a divisão de trabalho, a criação de trabalho <strong>no</strong>vo e as oportunidades de<<strong>br</strong> />

desenvolvimento dos cidadãos, o que reitera a estagnação regional e o peso da origem<<strong>br</strong> />

histórica de atraso tec<strong>no</strong>lógico.<<strong>br</strong> />

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