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Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br

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DESENVOLVIMENTO E CIDADES NO BRASIL<<strong>br</strong> />

Contribuição para o Debate so<strong>br</strong>e as Políticas Territoriais<<strong>br</strong> />

para territórios distantes das áreas urbanas litorâneas e reduziu a dependência em relação<<strong>br</strong> />

às grandes metrópoles. Mas o processo de interiorização, orientado por forças exógenas<<strong>br</strong> />

nacionais e internacionais, particularmente <strong>no</strong> caso da Amazônia, em função de suas rique-<<strong>br</strong> />

zas naturais, produziu o que (Becker, 2005) chama de insustentabilidade urbana. Embora<<strong>br</strong> />

não seja uma especificidade da Amazônia e dos demais áreas de expansão da fronteira<<strong>br</strong> />

agromineral, a ausência de infraestrutura e de serviços nas cidades dessas áreas assume<<strong>br</strong> />

dimensões extraordinárias pela sua generalização e grau de carência. Ao mesmo tempo,<<strong>br</strong> />

por ter sido resultado mais da ação de interesses exóge<strong>no</strong>s de grandes grupos econômicos,<<strong>br</strong> />

que se concentram nas capitais estaduais e <strong>no</strong>s lugares onde se estabelecem grandes proje-<<strong>br</strong> />

tos econômicos e a grande empresa agroindustrial, a criação das cidades não foi a<strong>com</strong>pa-<<strong>br</strong> />

nhada de uma política de desenvolvimento urba<strong>no</strong>. Nem se assegurou a expansão bem<<strong>br</strong> />

distribuída da rede de cidades <strong>no</strong> território, <strong>com</strong>patível <strong>com</strong> a elevada taxa de crescimento<<strong>br</strong> />

demográfico que os fluxos migratórios provocaram, nem os serviços necessários à repro-<<strong>br</strong> />

dução social. Pode-se dizer que o nível de carência da urbanização nesses <strong>no</strong>vos territórios<<strong>br</strong> />

encontra semelhanças apenas <strong>com</strong> aquela característica do Nordeste ocidental.<<strong>br</strong> />

Somando-se a isso a dimensão geográfica e as graves desigualdades sociais do país,<<strong>br</strong> />

a intensa e predatória atuação do setor fundiário especulativo, as características<<strong>br</strong> />

geomorfológicas da Amazônia e a inércia da configuração da rede urbana agravada pela<<strong>br</strong> />

manutenção dos grandes investimentos em infraestrutura <strong>no</strong> eixo litorâneo, <strong>com</strong>preende-se<<strong>br</strong> />

a observação de Conceição Tavares (1999). Para a autora, à medida que a população é<<strong>br</strong> />

empurrada para as áreas distantes dos grandes centros urba<strong>no</strong>s, desprovidas de infraestrutura<<strong>br</strong> />

econômica e social, o território nacional serve ele também <strong>com</strong>o fator de adiamento da<<strong>br</strong> />

resolução dos conflitos associados à desigualdade social estrutural da sociedade <strong>br</strong>asileira,<<strong>br</strong> />

dentre outros dispositivos que permitiram, reiteradamente, o que Fiori (1996) chama de<<strong>br</strong> />

“fuga para frente”, o adiamento da resolução de conflitos por distribuição de terra e de<<strong>br</strong> />

riqueza pelos estratos dominantes em diversos momentos decisivos da história do país. Os<<strong>br</strong> />

Cartogramas a seguir expressam essas observações.<<strong>br</strong> />

Ver Cartograma 1<<strong>br</strong> />

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