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Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br

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DESENVOLVIMENTO E CIDADES NO BRASIL<<strong>br</strong> />

Contribuição para o Debate so<strong>br</strong>e as Políticas Territoriais<<strong>br</strong> />

social, as peculiaridades socioeconômicas e culturais, os fatores físico-ambientais, etc , a<<strong>br</strong> />

configuração desses territórios não se realiza de baixo para cima. As populações, e muitas<<strong>br</strong> />

vezes os próprios governantes locais, não se reconhecem pertencentes a esses territórios,<<strong>br</strong> />

pois é algo exter<strong>no</strong> a eles, não foi formado por eles, salvo algumas exceções.<<strong>br</strong> />

O fato é que as cidades, articulações <strong>no</strong>dais dessas áreas, exprimem as territorialidades<<strong>br</strong> />

desses espaços, por isso a necessidade de diag<strong>no</strong>sticá-las na tentativa de <strong>com</strong>preender o<<strong>br</strong> />

território do qual elas fazem parte. Entretanto, existe um certo ceticismo em relação ao<<strong>br</strong> />

poder da esfera federal frente às políticas urbanas, uma vez que a esfera municipal é autô<strong>no</strong>ma<<strong>br</strong> />

e tem poderes absolutos para planejar e gerir seu espaço. Essa dicotomia revela um<<strong>br</strong> />

conflito: de um lado, o Gover<strong>no</strong> Federal pensando e planejando territórios numa escala<<strong>br</strong> />

sub-regional, e, do outro, os gover<strong>no</strong>s locais pensando e planejando apenas de forma pontual,<<strong>br</strong> />

ou seja, o município, a cidade.<<strong>br</strong> />

O grande desafio consiste em <strong>com</strong>o transitar dos territórios para as cidades e viceversa.<<strong>br</strong> />

Um dos exemplos mais expressivos dessa questão é a formação de consórcios<<strong>br</strong> />

intermunicipais, ou mesmo os pactos referentes ao uso dos serviços de saúde entre diferentes<<strong>br</strong> />

municípios, embora, ao que parece, essas relações entre municípios só funcionem quando<<strong>br</strong> />

a questão econômica aparece de forma efetiva e vantajosa para os poderes locais.<<strong>br</strong> />

É preciso ressaltar que o conceito de território tem sido muito utilizado na gestão<<strong>br</strong> />

das políticas públicas, mas isso exprime um excesso de recortes espaciais sem representação<<strong>br</strong> />

política nenhuma. Muitas vezes, a constituição desses recortes não observa os atores<<strong>br</strong> />

locais que exercem, de fato, poder naquele determinado espaço. Dessa forma, o intenso<<strong>br</strong> />

processo de divisão territorial que o país vem sofrendo, <strong>com</strong> o intuito de operacionalizar<<strong>br</strong> />

algumas políticas públicas, não caminha <strong>no</strong> sentido da descentralização do poder em escalas<<strong>br</strong> />

diferenciadas, mas sim na mera reprodução de su<strong>br</strong>egiões operacionais, que muitas<<strong>br</strong> />

vezes se so<strong>br</strong>epõem. Será que os Ministérios da Casa Civil e da Integração Nacional dialogam<<strong>br</strong> />

so<strong>br</strong>e essa questão? A questão instrumental tem um papel muito forte <strong>no</strong> entendimento<<strong>br</strong> />

de <strong>com</strong>o essas políticas se cruzam.<<strong>br</strong> />

Para concluir, acredita-se que o território ou a sua formação deveria partir de um<<strong>br</strong> />

processo de construção social, baseada nas relações de horizontalidade que os atores desenvolvem<<strong>br</strong> />

em múltiplas escalas. Todavia, o Gover<strong>no</strong> Federal também poderia trabalhar<<strong>br</strong> />

<strong>com</strong> territórios operacionais, <strong>com</strong>o <strong>no</strong> caso das políticas citadas, porém atribuindo maior<<strong>br</strong> />

peso aos atores locais <strong>no</strong>s processos decisórios, pois, da forma <strong>com</strong>o atualmente estão

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