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Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br

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DESENVOLVIMENTO E CIDADES NO BRASIL<<strong>br</strong> />

Contribuição para o Debate so<strong>br</strong>e as Políticas Territoriais<<strong>br</strong> />

Racine, Raffestin e Ruffy (1983), “os geógrafos devem sentir-se convidados a desco<strong>br</strong>ir<<strong>br</strong> />

uma escala das preocupações humanas que transcendem as preocupações técnicas daqueles<<strong>br</strong> />

que somente se interessam pelas variações das escalas geográficas em sim mesmas.”<<strong>br</strong> />

Essa é a ideia aqui debatida: preocupar-se <strong>com</strong> os fenôme<strong>no</strong>s concretos, reproduzidos<<strong>br</strong> />

espacialmente, para, so<strong>br</strong>e eles, poder agir, seja apenas <strong>com</strong>preendendo-os, interpretando-os<<strong>br</strong> />

ou mesmo atuando diretamente so<strong>br</strong>e os mesmos. E é <strong>com</strong> esse mesmo raciocínio<<strong>br</strong> />

que será discutida a questão do território, muito evidente <strong>no</strong> debate atual das políticas<<strong>br</strong> />

públicas <strong>br</strong>asileiras.<<strong>br</strong> />

Um dos autores que mais desenvolveram discussões so<strong>br</strong>e o Território foi o geógrafo<<strong>br</strong> />

Francês, Claude Raffestin. Para esse autor, tal conceito tem um caráter político muito forte<<strong>br</strong> />

e envolve estritamente as questões de relação de poder, seja em escalas locais, seja globais.<<strong>br</strong> />

O território se forma a partir do espaço, <strong>com</strong>o conseqüência de uma<<strong>br</strong> />

ação conduzida por um ator sintagmático em qualquer nível. Ao se<<strong>br</strong> />

apropriar de um espaço, concreta ou abstratamente, o ator<<strong>br</strong> />

“territorializa” o espaço (RAFFESTIN, 1993, p. 143).<<strong>br</strong> />

Como se observa, Raffestin evidencia duas questões centrais para a discussão, que<<strong>br</strong> />

são a idéia de poder e a multiplicidade das escalas na <strong>com</strong>preensão do território. Quando<<strong>br</strong> />

discute os im<strong>br</strong>icamentos entre espaço e território, Raffestin (1983) é metafórico ao diferenciar<<strong>br</strong> />

esses conceitos. “O território, nessa perspectiva, é um espaço onde se projetou um<<strong>br</strong> />

trabalho, seja energia e informação, e que, por conseqüência, revela relações marcadas<<strong>br</strong> />

pelo poder. O espaço é a ‘prisão original’, o território é a prisão que os homens constroem<<strong>br</strong> />

para si” (RAFFESTIN, 1993, p. 144).<<strong>br</strong> />

Outra característica importante de seu trabalho, e que muito contribuirá para a discussão,<<strong>br</strong> />

refere-se à relação entre cartografia e poder. Para Raffestin (1993), a cartografia é<<strong>br</strong> />

a expressão axiomática do poder so<strong>br</strong>e o espaço. Traçados, vias, fronteiras e limites não<<strong>br</strong> />

são definidos por acaso, mas são imbuídos de intenção por aqueles que dominam ou desejam<<strong>br</strong> />

dominar recortes do espaço.<<strong>br</strong> />

Numa perspectiva semelhante à de Raffestin (1993), situam-se as ideias de Souza<<strong>br</strong> />

(2003), para quem o território vem surgir <strong>com</strong> a geografia política tradicional, “<strong>com</strong>o o<<strong>br</strong> />

espaço concreto em si (<strong>com</strong> seus atributos naturais e socialmente construídos), que é apropriado,<<strong>br</strong> />

ocupado por um grupo social” (Souza, 2001, p.84).<<strong>br</strong> />

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