Desenvolvimento e Cidades no Brasil - Redbcm.com.br
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DESENVOLVIMENTO E CIDADES NO BRASIL<<strong>br</strong> />
Contribuição para o Debate so<strong>br</strong>e as Políticas Territoriais<<strong>br</strong> />
Enriquecendo o debate acerca desse conceito, Haesbaert (2006) propõe uma divi-<<strong>br</strong> />
são em quatro concepções. Uma primeira <strong>no</strong> sentido político, ou jurídico-político, na qual<<strong>br</strong> />
os territórios são formados pelas relações de poder; uma segunda, que ele de<strong>no</strong>mina cultu-<<strong>br</strong> />
ral ou simbólico-cultural, na qual predominam os aspectos de apropriação e valorização<<strong>br</strong> />
simbólica de um grupo em relação ao seu espaço vivido; uma terceira relaciona-se <strong>com</strong> os<<strong>br</strong> />
fatores econômicos, que o autor acredita ser pouco difundida, porém de grande relevância<<strong>br</strong> />
atualmente; por fim, sugere a concepção naturalista do território, so<strong>br</strong>e a qual se tem <strong>com</strong>o<<strong>br</strong> />
base as relações sociedade-natureza.<<strong>br</strong> />
Em outra passagem, o autor sintetiza sua visão so<strong>br</strong>e território da seguinte forma:<<strong>br</strong> />
Podemos, então, sintetizar, afirmando que o território é o produto de<<strong>br</strong> />
uma relação desigual de forças, envolvendo o domínio ou controle<<strong>br</strong> />
político-econômico do espaço e sua apropriação simbólica, ora con-<<strong>br</strong> />
jugados e mutuamente reforçados, ora desconectados e contraditoria-<<strong>br</strong> />
mente articulados (HAESBAERT, 2002, p. 121).<<strong>br</strong> />
Dessa forma, Haesbaert expõe a ideia de um território numa perspectiva integrada,<<strong>br</strong> />
ou seja, cujas dimensões políticas, culturais, econômicas e naturais estão interligadas, fo-<<strong>br</strong> />
mentando um conceito baseado na <strong>com</strong>plexidade. Entretanto, é possível observar que nem<<strong>br</strong> />
sempre o território aparece dessa forma, pois as dimensões não se so<strong>br</strong>epõem o<strong>br</strong>igatoria-<<strong>br</strong> />
mente, daí a ideia de <strong>com</strong>plexidade. Por isso, a visão parcial da constituição dos territórios,<<strong>br</strong> />
a partir das perspectivas acima apresentadas, ainda é bastante difundida e trabalhada.<<strong>br</strong> />
Quem também utiliza um tipo de divisão para explicar o conceito de território é<<strong>br</strong> />
Paul Claval (1999). Para o autor, a crescente demanda por se discutir território na acade-<<strong>br</strong> />
mia é decorrente dos processos de transformação profunda que o mundo vivencia. Esse<<strong>br</strong> />
fenôme<strong>no</strong> vai aos poucos fragilizando as identidades e o meio em que os homens vivem.<<strong>br</strong> />
Assim, os aspectos que diferenciam os grupos, o que eles são e <strong>com</strong>o vivem, estão direta-<<strong>br</strong> />
mente relacionados <strong>com</strong> o debate acerca do território.<<strong>br</strong> />
Quando se refere ao território enquanto instância de controle e poder, Claval (1999)<<strong>br</strong> />
baseia-se nas ideias de Sack (1986) so<strong>br</strong>e a territorialidade humana: “O território nasce<<strong>br</strong> />
então das estratégias de controle necessárias à vida social – uma outra maneira de dizer que<<strong>br</strong> />
ela exprime soberania” (CLAVAL, 1999, p.8). Tal soberania é adquirida a partir do exercí-<<strong>br</strong> />
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